PRÉ-CATEQUESE REGRESSA À SÉ CATEDRAL

PRÉ-CATEQUESE REGRESSA À SÉ CATEDRAL

Paróquia do Carmo acolhe festa para a Infância Missionária

Primeiro na Taipa, depois na Sé Catedral. O novo ano da catequese tem início com uma semana de diferença nas duas paróquias mais frequentadas pelos católicos de língua portuguesa. A igreja de Nossa Senhora do Carmo assinala o início de um novo ciclo a 12 de Setembro, com a festa para a Infância Missionária. Na Sé Catedral, o novo ano arranca uma semana depois, com menos catequistas mas com uma novidade: a reabilitação da pré-catequese.

A paróquia da igreja de Nossa Senhora do Carmo, na Taipa, acolhe a 12 de Setembro, após a Eucaristia Dominical, o dia da festa para a Infância Missionária, celebração que pauta o arranque do novo ano da catequese para as crianças com idades até aos nove anos.

Inicialmente agendada para meados de Agosto na Casa Ricci, em Cheoc Van, a iniciativa acabou por ser adiada devido à descoberta, no início do mês passado, de casos locais de contágio pela variante Delta do novo coronavírus. O certame, que visa educar as crianças no crescimento da fé e inserir os mais novos nas actividades missionárias numa dimensão universal, foi adiada numa primeira instância para o início do corrente mês, mas imprevistos de última hora levaram os responsáveis pelo acompanhamento da comunidade católica lusófona da ilha da Taipa a optar por uma solução alternativa. «Tivemos de mudar a iniciativa, tanto em termos temporais, como espaciais. Vamos dinamizar a festa para a Infância Missionária no dia 12[de Setembro], na paróquia do Carmo, depois da missa. A actividade prolonga-se pela tarde fora», explica o padre Eduardo Aguero, em declarações a’O CLARIM. «Tivemos algumas dificuldades. Alguns dos pais não dispunham da possibilidade de ir levar as crianças a Coloane e de voltar. Vamos fazer tudo na paróquia do Carmo, no dia 12. A Eucaristia realiza-se às 11 horas e 15 e depois da missa vamos promover esta actividade até às seis da tarde, mais ou menos», acrescenta o missionário dehoniano.

A iniciativa tinha sido originalmente concebida com o intuito de reunir, para um dia de convívio, os grupos de catequese da igreja da Sé Catedral e da paróquia de Nossa Senhora do Carmo. A obra pontifícia da infância e da adolescência missionária coloca as crianças e os jovens no centro da evangelização, convidando-os a servir os seus iguais. Tendo por ponto de partida a premissa de que «as crianças ajudam as crianças», o padre Eduardo Aguero chegou a ministrar uma formação às crianças de maior idade para que acompanhassem as mais novas, ensinamentos que devem ser colocados em prática a 12 de Setembro. «Os catequistas e os guias vão assumir o papel de jovens missionários. Já tínhamos promovido um encontro de formação com eles a 14 de Agosto», lembra o sacerdote.

Na Taipa, os trabalhos de formação catequética devem abranger este ano cerca de meia centena de crianças, que deverão ser acompanhadas por uma dúzia de catequistas.

O regresso da pré-catequese

Na paróquia da Sé Catedral, a catequese arranca uma semana depois, a 19 de Setembro, com menos catequistas mas com uma novidade de vulto: o regresso da pré-catequese ao fim de um ano de interregno, explicou o padre Daniel Ribeiro, também em declarações a’O CLARIM.

O vigário paroquial da Sé Catedral para a comunidade de língua portuguesa considera que a reabilitação dos pressupostos da pré-catequese é uma resposta às expectativas da comunidade. «A pré-catequese aconteceu apenas por uma vez, há dois anos. Começou há três anos e terminou há dois. Com a pandemia, o projecto não teve continuidade por razões que, creio, são do entendimento de todos», salienta. «Este é o segundo ano em que vamos ter a pré-catequese e neste momento não sabemos ainda com quantas crianças podemos contar. As inscrições foram abertas na última semana e só vamos ficar a saber o número de pessoas no primeiro dia», esclarece o padre Daniel Ribeiro, que a exemplo do padre Eduardo Aguero integra a missão da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus.

Os pressupostos da pré-catequese destinam-se a crianças de quatro e cinco anos, mas não exigem delas o mesmo tipo de compromisso. A primeira experiência do género promovida pela Paróquia atraiu uma mão cheia de participantes. «Quando tivemos a pré-catequese há três anos, acho que tivemos – mais ou menos – umas cinco crianças, com idades entre os quatro e os cinco anos. É uma experiência sem compromissos, em que as crianças não precisam de vir todos os fins-de-semana. Não deixa, no entanto, de constituir uma oportunidade para que as crianças se possam ir acostumando com a Igreja, a aprender coisas relacionadas com religião. Muitos pais têm-me perguntado por esta possibilidade e a impressão que tenho é que os pais gostam exactamente por este motivo», assume o padre Daniel.

Se a reabilitação da formação catequética para crianças em idade pré-escolar é a maior novidade para a comunidade lusófona que procura refúgio espiritual na Sé Catedral, o adeus a Macau de alguns jovens que exerciam as funções de catequistas constitui a maior dor de cabeça. Apesar do número de formadores ser este ano menor, a catequese em língua portuguesa na paróquia da Sé continua a mobilizar cerca de uma dezena e meia de catequistas, espalhados pela catequese propriamente dita e o catecumenato. «A catequese regressa no dia 19 de Setembro. Infelizmente, tínhamos catequistas que eram de África e alguns terminaram os estudos e voltaram para os países de origem, e o número de catequistas acabou por diminuir», lamenta, concluindo: «Este ano, temos aproximadamente quinze catequistas, contando com a catequese de adultos[catecumenato]. É este o número de catequistas com que vamos poder contar. Temos catequese do primeiro ao nono ano e uma turma de adultos».

Marco Carvalho

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