Trabalhadores filipinos menos vulneráveis.
O padre Jay Gapayao, ex-responsável por coordenar os assuntos dos migrantes, no âmbito do Centro Pastoral Católico, regressou às Filipinas na passada quarta-feira com a certeza de haver cada vez mais consciencialização da comunidade do seu país, sedeada em Macau, nas questões legais de matéria laboral, devido aos grupos de apoio que foram constituídos nos últimos anos.
«A situação dos migrantes está melhor agora, se olhar para quando cá cheguei, em Junho de 2012. Acredito que os migrantes filipinos estão mais informados sobre o que se passa, ao mesmo tempo que estão mais conscientes das violações às leis [cometidas pelo patronato].
O grupo de apoio está mais forte. Há agora mais organizações de apoio aos filipinos, havendo assim uma cooperação mais alargada», assinalou o padre da Sociedade de Nossa Senhora da Santíssima Trindade.
«O diálogo na comunidade e a troca de informação», não só «tem sido vital para a entreajuda», como também para «ficarem a conhecer melhor determinadas leis», acrescentando que «o Consulado Geral das Filipinas em Macau tem estado cada vez mais pró-activo», algo que considerou ser «muito bom».
O sacerdote aproveitou para realçar a importância da comunidade filipina na vida religiosa e no tecido económico da RAEM: «Acredito que desempenha um papel vital na sociedade de Macau. Acontece na Igreja Católica, na qual os filipinos são muito activos, bem como em vários sectores da economia onde desempenham, na grande maioria, serviços de muito boa qualidade». «É preciso ver que a força laboral filipina é empregue localmente por pessoas ou por companhias de variadíssimas nacionalidades. Geralmente, os comentários são muito favoráveis», justificou.
No seu entender, «a crise económica tem de algum modo prejudicado a comunidade filipina», seja porque «pode decrescer o seu rendimento monetário», seja pela possibilidade de «haver despedimentos» ou porque «os bens essenciais de consumo ainda continuam num preço elevado». No entanto, também é verdade que «os filipinos conseguem ajustar-se a diferentes situações».
Depois de regressar ao país de origem, o sacerdote vai cumprir um período de férias, devendo ser depois colocado numa paróquia das Filipinas. A decisão final caberá ao seu superior.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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