Visita de alegria

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Visita de alegria

O início da semana foi de enorme alegria para a Igreja Católica em Macau. Faço já aqui a primeira ressalva: Igreja Católica em Macau, e não “de” Macau. E porquê? Porque a Igreja Católica é una e universal, pois é governada pelo Papa e está presente em todo o mundo, pelo menos onde a sua presença não é proibida.

Mas dizia eu: o início da semana foi de enorme alegria para a Igreja Católica em Macau.

De facto, não é todos os dias que o território recebe um cardeal e logo prefeito de uma das mais importantes Congregações do Vaticano.

D.  Fernando Filoni é prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos. Para o comum dos mortais, tal não lhe diz nada à partida. E até os mais esclarecidos poderão apenas pensar que se trata do organismo da Santa Sé que regula a actividade missionária da Igreja nos quatro cantos do planeta.

Pois bem: nós levantamos mais um pouco do “véu cardinalício”, desde que prometa que não vai especular e/ou fazer análises precipitadas, pois seria fácil mas não gostamos de ir por aí.

A Congregação para a Evangelização dos Povos tem a seu cargo a nomeação dos bispos de Macau e Hong Kong, bem como de todos os prelados das chamadas Dioceses Missionárias. Os restantes bispos são nomeados pela Congregação para os Bispos.

Mais: a Congregação liderada por D. Fernando Filoni é também responsável pela nomeação do chefe da Missão da Santa Sé em Hong Kong. E ainda tem o “pelouro” de Taiwan.

Antes de passar por Macau, D. Filoni esteve na Formosa a participar num congresso eucarístico, e já cá agradeceu pessoalmente ao monsenhor Ante Jozic o seu desempenho à frente da Missão da Santa Sé em Hong Kong e confirmou que este irá ocupar o cargo de núncio apostólico na Costa do Marfim. A terminar o períplo asiático, o cardeal disse explicitamente que ainda não há qualquer indicação quanto aos sacerdotes que irão tomar as rédeas da diocese e da missão diplomática em Hong Kong. São decisões que cabe ao Espírito Santo tomar, segundo explicou ao nosso jornal.

Posto isto, é de crer e de prever que não deverão ser anunciadas grandes mudanças nos próximos meses, sendo que este adiar ou impasse (como lhe quiserem chamar) só é hoje possível porque as entidades católicas presentes no Delta do Rio das Pérolas têm recursos humanos e dinâmicas de funcionamento que há uma década não existiam.

Ah, é verdade: falta falar no acordo assinado entre o Vaticano e a China (prefiro do que dizer Santa Sé e Pequim). Mas também nesta matéria não há mais a revelar para além do já noticiado. De acordo com D. Fernando Filoni, trata-se de um acordo meramente religioso, social, enfim, humano, e não político. Para pena dos analistas políticos….

José Miguel Encarnação

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