INICIATIVA “JUNHO, MÊS DE PORTUGAL EM MACAU”

INICIATIVA “JUNHO, MÊS DE PORTUGAL EM MACAU”

Arraial de Santo António no programa das festas

É a grande novidade das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. As entidades responsáveis pela organização da iniciativa “Junho, Mês de Portugal em Macau” vão este ano recuperar a tradição do Arraial de Santo António, que irá decorrer a 12 de Junho nas instalações da Fundação Oriente, paredes meias com a igreja dedicada ao santo.

«Temos de dar atenção a todos os santos, não pode ser sempre o mesmo». Foi desta forma que o cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves, justificou a organização, pela primeira vez em muitos anos, de um arraial dedicado a Santo António, durante a conferência de Imprensa de apresentação do programa das comemorações do 10 de Junho em Macau. A iniciativa está agendada para o final da tarde de 12 de Junho, na Casa Garden.

Num cenário em que a pandemia de Covid-19 continua a prefigurar-se como um obstáculo, ainda não é certo que o Arraial de São João, no bairro de São Lázaro, se possa vir a realizar e a perspectiva de mais um ano sem santos populares levou a Casa de Portugal a agir. «O São João não faz parte desta programação e nós não sabemos ainda se ele se realiza ou não. Há muitos anos chegou a festejar-se o Santo António em Macau, mas foi uma coisa um tanto ou quanto episódica, durante um período muito curto», recordou a presidente da Casa de Portugal, Amélia António. «Estando nós nesta situação de limitação e, sem saber, inclusivamente, se o Arraial de São João se faz ou não, pensámos que era boa ideia dar vida de novo ao Arraial de Santo António, ainda que de uma forma um bocadinho diferente», salientou a dirigente.

As restrições sanitárias, aliadas às limitações de espaço decorrentes da organização do evento nas instalações da Fundação Oriente, roubam magnitude, mas não roubam autenticidade ao arraial. A iniciativa contempla música ao vivo, a cargo da banda da Casa de Portugal em Macau, e uma exposição em que o mais português dos santos populares se assume como o principal protagonista. «Convidámos todos os alunos da Escola de Artes e Ofícios em diferentes vertentes, para fazer alguma coisa, alguma peça que tivesse ligação com o Santo António, e houve uma adesão muito simpática das pessoas; daí termos decidido fazer uma exposição e acompanhar essa exposição de um arraial», explicou Amélia António. «É óbvio que não será um arraial no verdadeiro sentido da palavra, mas é a aproximação possível, com música, com alguns extras que as pessoas apreciam neste espaço de arraial e, eventualmente, poderá vir a existir também uma venda de artesanato», acrescentou.

A iniciativa “Junho, Mês de Portugal em Macau” tem lugar de 3 e 27 de Junho e integra ainda exposições, apresentação de livros, mostras de cinema e de gastronomia, e um concerto de homenagem a Carlos do Carmo, falecido em Dezembro último.

«Quanto ao programa, gostaria de notar que nele foram incluídas as actividades possíveis, tendo em conta que subsiste ainda este contexto internacional de pandemia, com limitações de viagem e de congregação em público», começou por referir Paulo Cunha Alves. «Destacaria, entre as várias actividades, no domínio das letras, um serão literário, com declamação de alguns textos e também o lançamento de livros, de publicações, da autoria do Instituto Politécnico de Macau. Ao nível das exposições, teremos ao todo cerca de cinco, penso eu: uma de artes plásticas, uma de aguarela, pintura a óleo, exposições de joalharia e também de azulejos portugueses», complementou.

REGRESSO À GRUTA DE CAMÕES

No dia 10 de Junho, para além das cerimónias oficiais do hastear da bandeira e da recepção na residência consular, as celebrações voltam a contemplar a romagem à Gruta de Camões, no jardim com o mesmo nome, ainda que numa versão diferente do habitual. «Na parte relativa às celebrações oficiais, iniciaremos o dia 10 de Junho com a cerimónia do hastear da bandeira, aqui no jardim da Chancelaria Consular, seguida de uma romagem à Gruta de Camões, que terá início no Jardim Camões por volta das dez da manhã. Os moldes desta romagem serão mais limitados ou reduzidos do que aconteceu em 2019. Como bem se recordam, em 2020 não houve romagem», lembrou Paulo Cunha Alves. «Este ano, estamos limitados a uma presença máxima de cem pessoas, ao uso de máscaras e à medição de temperaturas para todos aqueles que participarem no evento».

De igual modo, a tradicional recepção na residência consular vai decorrer num formato abreviado, sem a componente de convívio. O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, já confirmou a presença na Bela Vista. «O Chefe do Executivo representa o Governo. Foram convidados todos os membros do Governo, mas por enquanto não temos ainda resposta a todos os convites, mas temos resposta de que estará presente o Chefe do Executivo», esclareceu o cônsul-geral. «A recepção conta apenas com discursos e a entoação dos hinos nacionais, como aconteceu no Dia Nacional da China, em Outubro; no 21.º aniversário da RAEM, em 20 de Dezembro passado; e na recepção de boas vindas ao Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês», explicou o diplomata.

A exemplo do que sucedeu nos últimos anos, a comissão organizadora integra o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o Instituto Português do Oriente (IPOR), a Fundação Oriente e a Casa de Portugal em Macau. O Banco Nacional Ultramarino (BNU) e a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) voltam a ser os principais patrocinadores.

Marco Carvalho

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