Funcionários dos lares regressam a casa
Para mais de quinhentos funcionários da Cáritas, o início da semana e da fase de normalização antiepidémica trouxe alívio, depois de o Governo ter autorizado o fim do regime de gestão preventiva em “circuito fechado”. A experiência foi uma das mais desafiantes da carreira para a esmagadora maioria dos trabalhadores. No entanto, a suspensão do modelo de gestão preventiva não significa o fim das restrições.
Os funcionários dos lares de idosos, centros de reabilitação e casas de repouso do território receberam no início da semana carta branca para regressar a casa, depois de mais de um mês fechados no local de trabalho.
Apesar das autoridades sanitárias terem avalizado a suspensão do regime de gestão preventiva em “circuito fechado”, o consentimento do Instituto de Acção Social não significa necessariamente a normalização das operações nos lares de idosos, como explicou Paul Pun, em declarações a’O CLARIM: «Os funcionários já foram autorizados a regressar a casa, mas ainda há algumas restrições a que têm que se submeter. Têm de se submeter a testes de ácido nucleico sempre que regressarem aos lares e usar fatos de protecção para tomar conta dos idosos».
Três dias depois de terem detectado doze casos de infecção local por Covid-19, as autoridades de Macau ordenaram que os lares de idosos e, posteriormente, os centros de reabilitação e de desintoxicação, adoptassem um modelo de gestão em circuito fechado. Para mais de quinhentos de funcionários da Cáritas, a medida pautou o início de uma das mais desafiantes experiências da carreira.
Em meados de Julho, e face ao adensar do cansaço psicológico a que estavam sujeitos os funcionários, o Governo autorizou a adopção de um regime de gestão em rotatividade e a substituição dos funcionários que desde 23 de Junho estavam impossibilitados de sair do local de trabalho. Até 24 de Julho, um total de dezasseis instituições suspendeu progressivamente a gestão preventiva em “circuito fechado” e treze adoptaram um sistema rotativo. Nas instituições geridas pela Cáritas as lacunas em termos de mão-de-obra dificultaram a implementação de qualquer uma das soluções. «Nesta recta final, o regime de gestão em “circuito fechado” estava a suscitar grandes desafios, porque a maioria dos nossos funcionários continuavam sem poder abandonar o local de trabalho. Depois de o terem feito durante mais de um mês, ainda continuavam a dormir no local de trabalho», contou o secretário-geral da Cáritas de Macau. «Antes da medida ter sido suspensa, alguns funcionários pediram para regressar para casa e outros mostraram boa vontade e substituíram-nos. Foi a forma que arranjámos para garantir algum equilíbrio e permitir que alguns trabalhadores pudessem regressar a casa e pudessem estar com a sua família», lembrou o dirigente.
Marco Carvalho