Dia de Portugal na residência consular

Vivas à fusão cultural

A comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas na Bela Vista, residência do cônsul-geral de Portugal em Macau, primou pela ausência do Chefe do Executivo e, coincidentemente, de gradas figuras das comunidades macaense e portuguesa. Em contrapartida, registou maior afluência de convidados dos PALOP e de uma interessante presença do tecido empresarial de Hong Kong.

Passavam onze minutos das seis da tarde de quarta-feira, 10 de Junho, ainda o cônsul-geral Vítor Sereno, acompanhado pelo secretário de Estado da Justiça de Portugal, António Costa Moura, recebia no portão da Bela Vista os convidados que esperavam na fila – com mais de dez metros – pelo cumprimento de boas vindas que antecedia a sua entrada na residência consular.Ausência notada de Fernando Chui Sai On, por estar fora de Macau, tendo a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, na qualidade de Chefe do Executivo interino, liderado a comitiva do Governo da RAEM, composta pelos secretários Alexis Tam, Lionel Leong e Wong Sio Chak (Raimundo do Rosário terá chegado depois).

Foi notada a ausência de figuras proeminentes das comunidades macaense e portuguesa nestas comemorações, pois se algumas faltaram às cerimónias do hastear da bandeira portuguesa no Consulado Geral e da deposição de flores na Gruta de Camões, outras primaram pela falta de comparência na residência consular.

O cônsul esteve mais sereno e jovial do que no ano passado, talvez por agora ter realizado uma recepção muito mais pluricultural. Por um lado, pelo “sim” dos “habitués” das comunidades portuguesa, macaense, chinesa e expatriada. Por outro lado, pela afluência de membros que integram o tecido empresarial de Hong Kong, sem esquecer o maior número de representantes (diplomáticos ou não) dos PALOP.

Os discursos foram céleres, como se impunha, embora em maior número do que em 2014. Após Vítor Sereno anunciar o toque do hino da República Popular da China, apelou para que “A Portuguesa” fosse «cantada por todos», mas como os portugueses desta parte do mundo são algo envergonhados, cantou-se a meia voz, por sinal bastante afinada.

A ocasião foi propícia a amenas cavaqueiras de circunstância, intercaladas por dentadinhas na bifana (uma novidade), no croquete (decaiu o sabor), no rissol (comeu-se…), no pastel de bacalhau (divinal) ou na rodela de chouriço (aceitável), entre outras iguarias tipicamente portuguesas.

O queijo amanteigado e o presunto também cumpriram com o desígnio de deleitar o conviva, enquanto as imperiais (finos, para quem é do Norte) tiradas à pressão por Ivo Almeida, do restaurante “Portugália”, não só deram aquele toque mais português à festa, como atenuaram a sensação de imenso calor que se fazia sentir por baixo do toldo.

Quem foi à residência consular já sabia ao que ia, por isso não foi de espantar que ao fim de algumas dezenas de minutos houvesse camisas e fatos encharcados de água, tamanha era a concentração de calor e humidade no pequeno rectângulo protegido pelo toldo. No entanto, houve quem aproveitasse a brisa que soprava na rampa para refrescar as ideias e ter uma vista alegre sobre a cidade.

Apesar do contratempo meteorológico, não faltaram à chamada personalidades (mais e menos conhecidas) da sociedade, tais como Costa Antunes (e esposa), Manuel Pires, Jorge Morbey, Jorge Fão – com o inseparável Francisco Manhão – Paulo Rosa Rodrigues (de lacinho ao pescoço) e Fernando Eloy (com o cachimbo da praxe).

Registamos também a presença de Frederico Rato, Grant Bowie, Ambrose So, Angela Leong, Paul Spooner, Pedro Cardoso, Carlos Balona, Tiago Pereira, José Manuel Rodrigues, Alfredo e Anabela Ritchie, Sales Marques, Vicente Serafim, Paul Poon, Miguel de Senna Fernandes, Amélia António, Francisco Vizeu Pinheiro, Augusto Nogueira, Diana Andrade e Nuno Oliveira (e esposa), entre outros. Já o criminologista Francisco Moita Flores e o actor Tozé Martinho, conhecidas figuras da televisão portuguesa, brindaram com a sua simpatia.

A “Exposição de Marionetas Portuguesas – Tradição e Modernidade”, patente na galeria da residência consular, serviu de pretexto para fugir do calor (bendito ar condicionado), mas também para apreciar os excelentes trabalhos da colecção particular de Elisa Vilaça.

O padre Luís Sequeira compareceu a mais um 10 de Junho, desta vez sentado numa cadeira. Os amigos de sempre aproveitaram para alguma troca de palavras com tão distinto jesuíta, algo muito agradável de assistir. A irmã franciscana Maria Lúcia, trajada com o hábito, também distribuiu simpatia.

A Comunicação Social, portuguesa e inglesa, disse “presente” à recepção, através de José Rocha Dinis, João Francisco Pinto, Paulo Rego, Paulo Barbosa e Gilberto Lopes.

O CLARIM não esteve até ao final da recepção, por isso não pôde aquilatar se houve ou não “resistentes” que ficaram para além das 21 horas e 45.

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

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