Festa de Nossa Senhora das Candeias cancelada

DEVIDO AO CORONAVÍRUS

Festa de Nossa Senhora das Candeias cancelada

A pequena comunidade dos naturais de Damão radicados em Macau anunciou a decisão de cancelar a realização da Festa de Nossa Senhora das Candeias, padroeira do território indiano que esteve sob administração portuguesa até 1961. A celebração estava agendada para o passado Domingo, na igreja do Seminário de São José.

O surto epidémico com origem na cidade de Wuhan estendeu um véu de receio sobre Macau e nem as celebrações relativas ao calendário festivo da Igreja Católica escaparam à vaga de cancelamentos anunciados nos últimos dias. Prevista para o passado Domingo e promovida pela comunidade damanense radicada no território, a Festa de Nossa Senhora das Candeias foi cancelada por decisão dos próprios membros da comunidade, apurou O CLARIMjunto dos promotores da iniciativa.

«É uma decisão que causa alguma tristeza à comunidade, mas também não queremos causar constrangimentos aos amigos que costumam participar na celebração», explicou Elias Colaço, em declarações ao nosso jornal.

Há um ano, quase uma centena de devotos – entre damanenses, macaenses e fiéis de outras origens – associaram-se a uma celebração que evoca uma página há muito esquecida da História da Expansão Portuguesa na bacia do Índico: a Reconquista de Damão.

A 2 de Fevereiro de 1559, D. Constantino de Bragança tomou a cidade, à época um florescente entreposto comercial a meio caminho entre Goa e Baçaim. Uma das primeiras decisões tomadas pelo 7º Vice-Rei da Índia foi a de ordenar que se realizasse uma missa campal em pleno centro da cidade. A tradição enraizou-se desde então e ganhou um novo fôlego nos últimos anos, tanto em Damão, como no seio das comunidades damanenses espalhadas pelo mundo. Em Macau, a iniciativa de celebrar a festa da padroeira de Damão surgiu no início da década de 1990.

O mortífero coronavírus que se propagou por toda a China a partir da cidade de Wuhan apagou o brilho de uma celebração que se deveria cumprir este ano pelo trigésimo ano consecutivo. «Fomos acompanhando a evolução das coisas e entendemos por bem que a melhor solução seria a de cancelar a celebração», disse Elias Colaço.

Marco Carvalho

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