Dedicação da Capela do novo Campus da Universidade e do Colégio Diocesano de São José no dia da abertura do Ano Lectivo

Tufão de fé.

Concebida pelo arquitecto japonês Koji Yagi, a capela do novo campus da Universidade e do Colégio Diocesano de São José está desde o passado Domingo pronta a acolher serviços religiosos. Está prevista a celebração de missa diária, confissões e a exposição do Santíssimo.

D. Stephen Lee, bispo de Macau, presidiu à dedicação da capela, coadjuvado pelos padres Peter Stilwell, José Mario Mandía e Albert Ho, e pelo diácono Stephen Morgan. A cerimónia serviu também para assinalar a abertura do ano académico.

Durante a homilia, o prelado fez referência ao desenho arquitectónico do espaço (um Tao 道 estilizado), afirmando poder ser encarado como «um olho de tufão, que com força espraia a fé, não de um modo destrutivo mas vigoroso».

A primeira sensação de quem entra na capela é de união entre os fiéis e destes com Cristo Crucificado, em torno de uma espiral sem arestas em que todos se vêem e se sentem protegidos. Perguntámos ao reitor da Universidade se é também esta a filosofia da entidade que dirige.

Segundo o padre Peter Stilwell, este ano representa «mais uma etapa no desenvolvimento da Universidade e do Colégio. Contamos que o espaço permita uma qualidade de ensino e de formação que dê bom nome não só às instituições de ensino como também à Diocese, a quem elas pertencem».

Os próximos meses irão servir para «consolidar os cursos já existentes». Recentemente foi realizada «a renovação da maior parte dos currículos, depois de submetidos ao GAES [Gabinete de Apoio ao Ensino Superior]», através de um processo algo demorado. «Creio que o último dos nossos cursos herdados foi renovado no ano passado. E há um mestrado que foi entretanto aprovado», acrescentou o padre Peter Stilwell.

Recuperando a ideia expressa por D. Stephen Lee durante a homilia, o reitor contextualizou a importância da capela no encontro de culturas promovido pela Universidade e pelo Colégio: «Trata-se de combinar a velha e antiga tradição religiosa da China e do Oriente com tudo aquilo que seja do Oriente e do Ocidente. Ontem [sábado, 22 de Setembro], na cerimónia de entrega dos diplomas, chamei a atenção para o facto de sermos herdeiros da tradição do Colégio de São Paulo, pelo que temos por missão este encontro de tradições, filosofias e culturas».

Neste âmbito, o sacerdote reforçou a ideia do Papa Francisco de criar pontes entre aquilo que há de verdade em todas as posições e visões do mundo: «Em vez de criarmos barreiras e fronteiras identitárias, que são motivo de conflito, deveríamos ser um espaço onde todos se sentissem acolhidos. Penso que é essa a verdadeira acepção da nossa condição de católicos». Daí que defenda «uma universidade católica aberta a todos, que não condicione ninguém, mas que esteja assente sobre um princípio fundamental do Cristianismo e da humanidade, ou seja, a procura da verdade – a verdade que nós encontramos verdadeiramente revelada em Jesus Cristo».

TUFÃO: Ao contrário de 2017, em que o campus da Ilha Verde foi fustigado pelo tufão Hato, este ano não se registaram danos significativos depois da passagem do tufão Mangkhut, conforme explicou o padre Peter Stilwell. «Graças à preparação e à experiência do ano passado, e a medidas que foram tomadas para que não voltasse a acontecer aquilo que detectámos como fragilidades do campus, felizmente os estragos foram mínimos desta vez», disse.

José Miguel Encarnação

jme888@gmail.com

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