Diácono fala de Igreja «perseguida»
A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) promoveu uma série de encontros com um diácono chinês da chamada comunidade católica “clandestina”, que falou numa situação de «perseguição».
O diácono, cujo nome não é revelado por motivos de segurança, disse à Agência ECCLESIA que o actual sistema de controlo sobre as comunidades religiosas, pelo regime de Pequim, não permite aos católicos «viver a fé com liberdade».
«Muitos deram a vida por dar testemunho da importância da fé, da importância de Cristo», assinalou.
Para o diácono, que passou pelas cidades portuguesas de Évora, Lisboa, Amadora e Setúbal, apresentando o seu testemunho em encontros de oração e reflexão, «é preciso que as pessoas saibam o que se está a passar e possam conhecer a realidade».
Ao referir o papel da Associação Patriótica Católica (APC), afirmou que «a fé é o que sustenta os católicos que vivem uma situação difícil». Os católicos que seguem as indicações de Roma, não reconhecendo a APC, vivem numa Igreja “clandestina”.
A existência de duas comunidades católicas na China tem sido objecto de negociações entre Pequim e a Santa Sé, mas para o entrevistado é pouco admissível que «tudo mude de um dia para o outro».
«Noutros países existe mais facilidade para viver a fé e nós queremos essa liberdade, o direito a viver dessa forma», concluiu.
Segundo a Fundação AIS, bispos, sacerdotes e leigos são ainda hoje perseguidos, presos e oprimidos na China.
O Papa Francisco já confessou a sua «admiração» pela China e admitiu o desejo de visitar o País.
O pontífice argentino foi o primeiro Papa a sobrevoar o espaço chinês, em Agosto de 2014, tendo nessa ocasião enviado duas mensagens ao Presidente Xi Jinping, pedindo que Deus abençoasse o país asiático.