Novo Colégio Diocesano de São José abre no próximo ano lectivo

À espera da Universidade.

O novo Colégio Diocesano de São José, na ilha Verde, abre portas no ano lectivo de 2017/2018 com inovações ao nível do método de aprendizagem e aposta no ensino da língua inglesa. O Português está em fase de planeamento e a componente religiosa também não está esquecida.

A introdução de diferentes módulos educativos de cariz inovadora que cativem o interesse dos alunos é uma das principais ambições que o director do Colégio Diocesano de São José (nº 6) ambiciona para o ano lectivo 2017/2018, altura em que as novas instalações, contíguas à Universidade de São José, vão acolher cerca de 800 alunos do Ensino Secundário.

«Por exemplo, nas aulas de ciências, espero que as lições possam explorar o espírito da ciência, não apenas com os alunos sentados dentro das salas de aulas a memorizar, mas sim com o propósito de mudarmos o ambiente educativo para o lado mais prático», disse a’O CLARIM Samuel Kio.

Aludindo a uma situação prática, referiu que os docentes podem tentar usar alguns exemplos para combinar o conhecimento com situações do dia-a-dia, algo que na sua óptica poderá aumentar a eficiência dos alunos e estimular a memória.

Nesse sentido, enfatizou que o conhecimento por via dos manuais didácticos tem que ser usado e integrado na vida diária das pessoas: «Se os alunos ainda se lembram do que aprenderam nos anos de escola, tudo depende do método de ensino. Portanto, espero que sejam capazes de aprender num ambiente mais animado, ao invés de receberem a informação sem a assimilarem convenientemente».

Os docentes vão desempenhar um papel de relevo, não só pela forma como ministram as aulas, mas também como as planificam. Observando que até poderão sentir-se entediados por se limitarem a “dar” a matéria conforme os manuais escolares, o mesmo responsável frisou que pretende encorajá-los a recolher uma ampla gama de informação para que enriqueçam, eles próprios, o seu modo de ensino.

 

Línguas

No que concerne às línguas, o ensino do Português está em fase de planeamento. «Temos planos para as aulas de Português. Estamos activamente à procura de recursos, tais como apoios governativos e um número suficiente de professores», explicou Samuel Kio, sem adiantar para quando a implementação desta medida.

O primeiro passo será a abertura do Departamento de Inglês, visto estar esperançado que a instituição se concentre no desenvolvimento dos alunos para a língua de Shakespeare. «Já estamos a contratar professores nativos de Inglês, oriundos da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, com experiência e determinadas qualificações, para que melhorem a proficiência dos alunos», revelou.

Tendo em mente que o nível do Inglês é um atributo importante para a educação futura, e até mesmo para o mercado de trabalho, o mesmo responsável acrescentou que o estabelecimento de ensino vai proporcionar condições, tanto quanto possíveis, para despertar o interesse dos alunos para a referida língua.

«Esperamos promover um conjunto de ideias e filosofias. O lema da escola é uma das nossas tradições. E é através dele que esperamos desenvolver o sentido de moralidade, intelecto, visão física, vida em grupo e beleza, para que [os alunos] se desenvolvam e sirvam bem os outros. Com esta orientação, e sob o lema “Labor et Virtus”, pretendemos desenvolver a capacidade académica dos alunos e as suas capacidades de liderança», vincou Samuel Kio.

Por outro lado, ao pretender reduzir os encargos financeiros das famílias, sustentou que o Colégio vai aderir ao regime de escolaridade gratuita implementado pelo Governo, para que todos os alunos possam ter a oportunidade de receber uma educação bastante condigna. De acordo com as disposições da rede de educação, cada turma terá de vinte e cinco a trinta e cinco alunos, para quatro turmas por cada ano escolar, num total de vinte e quarto turmas, ou seja, cerca de 800 alunos.

 

Grupo religioso

No campo religioso, o director do Colégio espera que a diocese de Macau seja capaz de disponibilizar um capelão para o estabelecimento de ensino, por forma a participar na elaboração dos temas e proporcionar trabalho pastoral, ou até mesmo para efectuar algum trabalho de aconselhamento.

Nesse sentido, sustentou que está disposto a gastar mais recursos no grupo religioso da escola, por exemplo, nas aulas de estudos religiosos e na formação dos professores envolvidos no ensino de moral.

«Espero que nosso grupo religioso possa conduzir a espiritualidade e a educação moral dos alunos. Através de uma série de actividades, e mesmo de algum processo de aconselhamento, até podem ser atraídos para a religião católica», assegurou Samuel Kio.

 

Benefícios mútuos (Caixa)

A proximidade entre as instalações do Colégio Diocesano e o campus da Universidade de São José é uma oportunidade rara e preciosa, observou Samuel Kio: «Vou aproveitar para fazer bom uso deste ambiente [de proximidade com a Universidade] e discutir algumas possibilidades de cooperação, tais como convidar professores universitários a promoverem pontes com os nossos professores, ou convidá-los a dar palestras ou palestras suplementares para os nossos estudantes de nível superior, especialmente em termos sociais, empresariais, tecnológicos e sobre as tendências internacionais, para que possam conhecer melhor a actual situação da sociedade e ampliar os seus horizontes». Samuel Kio também espera reunir com os responsáveis da Universidade, com o intuito de permitir que os melhores alunos dos anos mais avançados do Colégio Diocesano possam assistir e participar em alguns cursos da Universidade, permitindo que sintam com antecipação o ambiente universitário e que lhes garanta mais meios para poderem escolher o caminho a seguir para a sua formação universitária.

Jasmin Yiu 

com Pedro Daniel Oliveira

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