Cáritas coordena novo programa de assistência alimentar

ACÇÃO DESTINA-SE A RESIDENTES EM SITUAÇÃO PROLONGADA DE DESEMPREGO

Cáritas coordena novo programa de assistência alimentar

O Instituto de Acção Social incumbiu a Cáritas de coordenar um novo programa de assistência alimentar de curto prazo, criado pelo Governo para dar apoio a residentes de Macau que perderam o emprego e já esgotaram as modalidades de apoio concedidas pelas autoridades do território. As candidaturas à iniciativa, que deverá abranger cerca de mil e 500 pessoas, abriram esta semana.

O mecanismo destina-se a trabalhadores que estejam involuntariamente em situação prolongada de desemprego e que já tenham recebido o subsídio de noventa dias atribuído pelo Fundo de Segurança Social. De acordo com as contas do Governo, o programa deverá abranger cerca de um milhar e meio de residentes, num investimento que totaliza 8,6 milhões de patacas, explicou o secretário-geral da Cáritas local, Paul Pun, em declarações a’O CLARIM. «Esta é uma iniciativa criada pelo Instituto de Acção Social que visa fazer chegar apoio a residentes desempregados. Quando digo desempregados, é em situação involuntária de desemprego. Ou seja, a empresa para a qual trabalhavam fechou as portas ou viram o seu contrato ser terminado», esclareceu o responsável, acrescentando que «os residentes visados pelo Governo através deste programa já receberam o subsídio de desemprego. Até ao final do ano podem inscrever-se neste programa de assistência alimentar de curto prazo. A iniciativa prevê a distribuição de ajuda alimentar durante dez semanas, renovável por um período similar. O apoio concedido pelo Governo é de cerca de quarenta patacas».

O novo mecanismo de apoio exclui os residentes que recebam outro tipo de subsídios, como as prestações sociais que são concedidas a idosos e deficientes. Parceira do Governo na distribuição de assistência alimentar, a Cáritas espera poder explorar ao máximo o potencial do programa e facultar outras modalidades de apoio aos residentes desempregados. «Não estamos apenas a distribuir comida. Se os membros de alguns agregados familiares necessitarem de apoio, se necessitarem de ajuda de cariz psicológico, nós podemos referenciá-los. Temos capacidade para os ouvir e, dessa forma, procurar evitar que problemas de maior se materializem. Por vezes, as pessoas precisam de alguém que as ouça e as possa ajudar. As nossas portas estão abertas, as nossas janelas estão abertas. As pessoas podem obter ajuda connosco», garantiu Paul Pun.

Até ao passado dia 25 de Abril, a linha aberta para aconselhamento psicológico da Cáritas recebeu cerca de quatro mil chamadas. A fasquia representa uma ligeira quebra face ao número de pessoas que procuraram a ajuda da organização ao longo de 2021. «Durante o ano passado, a linha aberta recebeu cerca de doze mil e 400 chamadas. Este ano, até ao dia 25 de Abril, recebemos quatro mil e 41 chamadas. Isto quer dizer que as pessoas sentem a necessidade de procurar ajuda e sentem que a Cáritas as pode ajudar a aliviar o fardo psicológico que carregam», concluiu o secretário-geral.

M.C.

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