Zika

Vaticano diz que aborto é «resposta ilegítima»

O Vaticano contestou na ONU as propostas de alargamento da possibilidade de aborto às grávidas que sejam afectadas pelo vírus zika, considerando que se trata de «uma resposta ilegítima a esta crise».

«A promoção de uma política tão radical é a confirmação do fracasso da comunidade internacional em deter a difusão da doença, desenvolver e fornecer os tratamentos médicos dos quais têm necessidade as mulheres grávidas e as suas crianças, para evitar patologias no nascimento ou atenuar os seus efeitos e levar a gravidez a seu fim», disse o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, D. Bernardito Auza.

O responsável falava numa reunião do Conselho Económico e Social da ONU, em Nova Iorque, para abordar a questão do vírus zika, considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma emergência de saúde pública internacional.

«Temos o dever de salvaguardar toda a vida humana, sã ou deficiente, com o mesmo compromisso, não deixando para trás ninguém», sustentou.

O representante da Santa Sé apelou à cooperação internacional para ajudar ao tratamento das pessoas infectadas, evitando o «pânico», com uma particular atenção aos «idosos, crianças e pessoas com deficiência», mas sobretudo às grávidas.

Para D. Bernardito Auza, a eventual ligação entre o vírus zika e patologias nos fetos representa «uma grave preocupação, que merece uma acção concertada da comunidade internacional».

Nesse contexto, rejeitou que o aborto possa ser apresentado como uma medida «preventiva».

 

Sudão do Sul

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) deu conta de «pelo menos sete mortos e cerca de 30 feridos» num ataque ao campo de refugiados da ONU em Malakal, no Sudão do Sul.

«Aparentemente, o ataque dever-se-á a tensões tribais existentes no campo da ONU, onde as pessoas são agrupadas consoantes as etnias procurando-se, assim, separar grupos rivais impedindo eventuais focos de tensão», informa a AIS.

Numa nota enviada à Agência ECCLESIA, a fundação pontifícia contextualiza que este «grave incidente» aconteceu poucos dias depois de o Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, ter convidado o ex-vice-Presidente, Riek Machar, para uma das vice-presidências, «procurando aparentemente enterrar o machado de guerra».

De recordar que a mais jovem nação do mundo, situado no nordeste de África, vive uma guerra civil que «já causou milhares de mortos e pelo menos cerca de dois milhões de deslocados», desde Dezembro de 2013.

A Cáritas Internacional está a realizar uma campanha de recolha de fundos de emergência a favor das dioceses mais atingidas pela guerra civil no Sudão do Sul. «O objectivo é angariar cerca de 2,1 milhões de euros para garantir a subsistência dessas populações, ao longo de 2016», pode ler-se num comunicado da organização católica, publicado na Internet.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *