Vaticano

Papa diz que Igreja não precisa de «dinheiro sujo»

O Papa disse no Vaticano que a Igreja Católica deve rejeitar o «dinheiro sujo» que vem das mãos de criminosos, durante a audiência da passada quarta-feira em que Francisco repetiu o gesto de dar boleia a duas crianças.

«O povo de Deus, isto é, a Igreja, não precisa de dinheiro sujo, mas de corações abertos à misericórdia de Deus», declarou na Praça de São Pedro.

Partindo de uma passagem bíblica do Antigo Testamento, Francisco fez um apelo: «Penso nalguns benfeitores da Igreja, com boas ofertas – “Tome, para a Igreja” – mas esta oferta é fruto do sangue de tantas pessoas abusadas, maltratadas, escravizadas, com o trabalho mal pago».

«Eu diria a estas pessoas: por favor, leva de volta este cheque, queima-o», declarou.

O Papa convidou os fiéis a evitar o mal e praticar o bem, lembrando a esse respeito os refugiados que «desembarcam na Europa e não sabem para onde ir».

Perante milhares de pessoas reunidas no Vaticano, o pontífice argentino apresentou uma reflexão sobre a misericórdia de Deus.

«Deus nunca nos renega. Nós somos o seu povo. O mais malvado dos homens e a mais malvada das mulheres, o mais malvado dos povos, são seus filhos. E isso Deus nunca renega», precisou.

Para Francisco, isto dá «esperança» a todos os seres humanos, porque Deus não trata cada um segundo as suas culpas.

«A salvação requer a decisão de escutar e de deixar-se converter, mas permanece sempre um dom gratuito», observou.

A este respeito, exemplificou que «quando alguém está doente, vai ao médico; quando alguém se sente pecador, vai ao Senhor».

«Mas, se em vez de ir ao médico, vai ao curandeiro, não se cura. Muitas vezes, preferimos percorrer estradas erradas, procurando uma justificação, uma justiça, uma paz que nos é presenteada como dom do Senhor se formos à sua procura», acrescentou.

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