“Valkyrie Octopus” inaugura no Domingo

Joana Vasconcelos no MGM Macau

O MGM apresenta, no dia 15 de Março, a primeira exposição individual na China da artista Joana Vasconcelos – reunindo quatro obras monumentais e inéditas – especificamente criada para a Grande Praça, o “coração” do complexo turístico. A mostra, patente até ao dia 31 de Outubro, dá sequência ao visionário programa artístico do MGM, reflectindo sobre o papel do território na história dos 500 anos das relações entre a China, Portugal e o resto do mundo.

Joana Vasconcelos traz a Macau um universo mágico de intercâmbios culturais e encontros de opostos. Monumental, a instalação criada para a Grande Praça do MGM gravita suspensa em clara harmonia com a arquitectura e o ambiente que a recebe. Tentacular, “Valkyrie Octopus” lança a partir do corpo central sedutores volumes orgânicos e braços alongados que interagem com o aquário da Grande Praça, e com as restantes três esculturas da série “Tetris”. O aquário, no centro da Grande Praça, sob o núcleo da “Valquíria”, inspira as formas da obra, remetendo à riqueza do mundo marinho. As cores claras imperam. As texturas variadas e a riqueza dos pormenores resultam da apropriação de têxteis e adereços de diferentes origens, combinando técnicas artesanais – crochet, bordados de Nisa, canotilhos, etc. – com tecidos industriais. A desafiadora instalação de Joana Vasconcelos incorpora ainda milhares de LEDs, criando um espectacular jogo de luz e vida. A “Valquíria” assumir-se-á como digna guardiã, e sublime coração luminoso da Grande Praça.

A exposição apresenta obras inéditas concebidas especificamente para o espaço, destacando-se, “Valkyrie Octopus”, a mais ambiciosa obra da série “Valquírias”. A exposição dá sequência ao programa, onde se destacam a exposição da Vénus, de Botticelli (2013) e, mais recentemente, La Biennale des Lions (2014), que celebrou o 50º aniversário das relações diplomáticas entre a China e a França. Nesta instalação, Vasconcelos remete ao mar, relacionando-se com a herança portuguesa em Macau, iniciada no século XVI, quando o Imperador Ming convidou os mercadores portugueses a fixarem-se no território, a partir do qual passaram a negociar com a China e o resto do mundo.

As características únicas da Grande Praça, onde se destacam as fachadas inspiradas em edifícios icónicos portugueses, oferecem à artista alguns dos elementos presentes nas três esculturas de chão da série “Tetris”, ligadas à imponente “Valquíria”, através de longos braços têxteis. O popular jogo electrónico dá nome à série onde se inscrevem estas três obras que incorporam azulejos semelhantes a alguns dos revestimentos da Grande Praça. As estruturas que dão forma aos “Tetris” são inteiramente revestidas a azulejos que remetem a motivos, temas e padrões da azulejaria portuguesa do século XVII, e hispano-árabe, também muito popular em Portugal. Diferentes volumes paralelepípedos, revestidos a azulejos são atravessados e serpenteados por tubos e protuberâncias têxteis. A rigidez dos azulejos não impede a evasão dos macios corpos têxteis, cujas formas orgânicas contrastam também com os blocos angulares dos “Tetris”. O desenho das três estruturas convida o público a interagir, oferecendo, aos visitantes da Grande Praça, bancos onde podem sentar-se. A sua localização permite contemplar três diferentes perspectivas da instalação de Joana Vasconcelos que percorre, abraça e transforma a Grande Praça num ambiente mágico, mas familiar.

A arte é parte integrante da essência do MGM, desde que foi inaugurado, informando cada aspecto desde a decoração à sua personalidade. Encontram-se em exposição, como parte da colecção permanente do complexo turístico, obras de Salvador Dalí, a escultura de vidro soprado à mão Fiori di Paradiso e a pintura mural Fiori di Paradiso Drawing Wall, de Dale Chihuly. O MGM Art Space serve como um meio para tornar a arte acessível a todos, assim reforçando o estatuto de Macau enquanto metrópole internacional onde obras de arte globalmente influentes são apreciadas, interpretadas e estudadas. É de destacar que Vénus, a eterna obra-prima de Botticelli, foi apresentada na exposição inaugural do referido espaço cultural.

 

A ARTISTA

Joana Vasconcelos nasceu em Paris, em 1971. Vive e trabalha em Lisboa. O reconhecimento internacional do seu trabalho aumentou com a participação na 51ª Exposição Internacional de Arte – la Biennale di Venezia, com a exposição da obra “A Noiva”, um lustre de cinco metros de altura, composto por 25 mil tampões. A sua carreira tem progredido desde então, incluindo a exposição individual no Palácio de Versalhes em 2012, onde foi a primeira mulher e mais jovem artista a expor o seu trabalho, tornando-se na exposição mais visitada em Paris dos últimos cinquenta anos. Outras exposições individuais de destaque incluem o Palácio Nacional da Ajuda e Trafaria Praia, Pavilhão de Portugal na 55ª Exposição Internacional de Arte – la Biennale di Venezia, ambas em 2013. Em 2011, Vasconcelos participou na colectiva The World Belongs to You no Palazzo Grassi/François Pinault Foundation, Veneza. Em 2013, foi também convidada pela Dior a participar na exposição Miss Dior, no Grand Palais, Paris. Vasconcelos está presentemente a desenvolver duas grandes obras de Arte Pública para a Rothschild Foundation e a cidade do Rio de Janeiro.

Como se verifica, Joana Vasconcelos tem exposto regularmente na Bienal de Veneza e algumas das suas exposições individuais recentes foram apresentadas não só no já referido Palácio de Versalhes, como no Tel Aviv Museum of Art, ou na Manchester Art Gallery. Os trabalhos distinguem-se pela escala monumental, uso de materiais heterogéneos, combinação de técnicas artesanais e industriais, e domínio da cor.

 

DIXIT

«A oferta de Macau é diversificada ao incluir arte, música, teatro e outras formas de cultura. O MGM Macau está encantado em expor a obra de Joana Vasconcelos, artista internacional de prestígio cujo trabalho relaciona-se com a herança portuguesa e macaense. Exposições como esta são um passo importante na ampliação da oferta de Macau enquanto destino cultural».

 

Pansy Ho, co-presidente da MGM China

«A visão do MGM Macau inspira-se nas artes plásticas. Pelo MGM Macau fora, artistas modernos e contemporâneos de renome, como Salvador Dalí e Dale Chihuly, podem ser apreciados ao lado de obras-primas do Renascimento, inclusivamente a Vénus, de Botticelli, que foi exposta no MGM Art Space. Estamos muito contentes de estar agora a expandir o nosso programa artístico ainda mais, a fim de continuar a tornar grandes obras de arte acessíveis a um maior número de pessoas».

 

Cristina Kuok, directora do Arts & Cultural Development, MGM China

«Expor na Grande Praça do MGM Macau constitui um momento muito especial na minha carreira, ao qual não são alheios a história das viagens épicas dos portugueses até ao Oriente, a ligação entre Portugal e Macau, e a passagem da minha família pelo território. O ambiente tão português da Grande Praça é o cenário ideal para receber as obras monumentais que criei para o MGM Macau, a quem muito agradeço o convite e a oportunidade de expor pela primeira vez, individualmente, na China. A aposta na Arte Contemporânea, por parte do MGM Macau, é louvável e demonstra verdadeiro empenho em oferecer experiências culturais diversificadas e de inegável qualidade seu público»

Joana Vasconcelos

“TEXTO E FOTOS: atelier Joana Vasconcelos e aviva obst”

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