Por que há tantos nomes, títulos e símbolos
Agora estamos a falar do Espírito Santo. Uma das coisas que iremos descobrir sobre Ele, quando abrirmos as páginas da Bíblia, é o facto de ser conhecido por muitos nomes e representado por muitas formas e símbolos. E por que é assim? Por que a Terceira Pessoa precisa de tantos “apelidos”?
A razão é que os termos que nós usamos para O chamar ou representar têm um sentido muito limitado. Por exemplo, a ideia que a palavra “Espírito” nos dá, não inclui “fogo”. Assim sendo, precisamos de vários termos de modo a expressar melhor a Sua natureza e as Suas acções nas nossas almas. Assim, entendemos o porquê de precisarmos d’Ele.
OS NOMES DO ESPÍRITO SANTO
Comecemos pelos nomes!
No ponto 691, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) refere: “‘Espírito Santo’, tal é o nome próprio d’Aquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja recebeu este nome do Senhor e professa-o no Baptismo dos seus novos filhos (Mateus 28:19)”. Mais: “O termo ‘Espírito’ traduz o termo hebraico ‘Ruah’ que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente d’Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito divino (João 3:5-8). Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às três Pessoas divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos ‘espírito’ e ‘santo’”.
OS TÍTULOS DO ESPÍRITO SANTO
“Jesus, ao anunciar e prometer a vinda do Espírito Santo, chama-Lhe o ‘Paráclito’, que, à letra, quer dizer: ‘aquele que é chamado para junto’, ad vocatus (Jo., 14, 16. 26; 15, 26; 16, 7). ‘Paráclito’ traduz-se habitualmente por ‘Consolador’, sendo Jesus o primeiro consolador (1 João 2:1). O próprio Senhor chama ao Espírito Santo «o Espírito da verdade» (João 16:13)” (CIC nº 692).
“Além do seu nome próprio, que é o mais empregado nos Actos dos Apóstolos e nas epístolas, encontramos em São Paulo as designações: Espírito da promessa (Gl., 3, 14; Ef., 1, 13), Espírito de adopção (Rm., 8, 15: Gl., 4, 6), Espírito de Cristo (Rm., 8, 9), Espírito do Senhor (2 Cor., 3, 17), Espírito de Deus (Rm., 8, 9. 14; 15, 19; 1 Cor., 6, 11; 7, 40), e em São Pedro, Espírito de glória (1 Pe., 4, 14)” (CIC nº 693).
OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
O Compêndio do Catecismo de Igreja Católica (CCIC nº 139) enumera alguns dos símbolos do Espírito Santo.
1– A água viva que jorra do coração trespassado de Cristo e sacia a sede dos baptizados;
2– A unção com o óleo que é o sinal sacramental da Confirmação;
3– O fogo que transforma tudo o que toca;
4– A nuvem, obscura e luminosa, na qual se revela a glória divina;
5– A imposição das mãos mediante a qual é dado o Espírito;
6– A pomba que desce sobre Cristo e permanece sobre Ele no baptismo.
ONDE ENCONTRAMOS O ESPÍRITO SANTO?
Os títulos e símbolos do Espírito Santo fazem-nos ver quão importante Ele é na nossa vida cristã. Mas onde O podemos encontrar? O ponto 688 do Catecismo da Igreja Católica responde a esta pergunta:
“A Igreja, uma comunhão vivendo na fé dos Apóstolos que ela transmite, é o lugar onde conhecemos o Espírito Santo:
1– Nas Escrituras, que Ele inspirou;
2– Na Tradição, de que os Padres da Igreja são testemunhas sempre actuais;
3– No Magistério da Igreja, que Ele assiste;
4– Na liturgia sacramental, através das suas palavras e dos seus símbolos, em que o Espírito Santo nos põe em comunhão com Cristo;
5– Na oração, em que Ele intercede por nós;
6– Nos carismas e ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;
7– Nos sinais de vida apostólica e missionária;
8– No testemunho dos santos, nos quais Ele manifesta a sua santidade e continua a obra da salvação”.
Pe. José Mario Mandía