Onde está Deus?
A palavra “infinito” deriva do Latim e é composta pelo prefixo negativo “in” (não) e o substantivo “finis” (fronteira, limite, território ou fim). Esta palavra pode ser entendida tanto no sentido positivo como no sentido negativo.
No sentido negativo, como não tendo nenhum limite, fronteiras ou restrições. Deus é infinito, não sendo nem limitado nem restringido por nada. De facto, é Ele quem define os limites. «Onde estavas quando lancei os fundamentos da terra? Diz-me, se a tua inteligência dá para tanto. Sabes quem determinou as suas dimensões? Quem estendeu a régua sobre ela?(Job., 38:4-5)». O Livro da Sabedoria reza: «Vós arranjastes todas as coisas sob medida, número e peso(11:20)» (em Português usa-se dizer “por conta, peso e medida”).
Dizer que Deus é infinito é o mesmo que dizer que Ele é “imenso” (do Latim “in”, que significa “não” e também “mensura” ou “medida”). Ele não pode ser medido. «“Eu não preenchi o Céu e a Terra?”, disse o Senhor (Jeremias 23:24)».
Já no sentido positivo, infinito pode significar possuir algo em abundância e ter um suprimento inesgotável desse bem. Ele é infinito, inesgotável na sua perfeição, como uma fonte que nos traz água sem fim. As Sagradas Escrituras repetem esta ideia quando falam do amor de Deus: Ele é «amor abundante e inabalável (Joel 2:13; Jonas 4:2)»; «o seu amor abundante é inabalável e permanece para sempre(Salmo 100:5)»; «o amor abundante e inabalável do Senhor nunca acaba, a Sua misericórdia não tem fim, ela renova-se todas as manhãs(Lamentações 3:22-23)».
Nós explicamos a razão pela qual Deus é infinito do ponto de vista filosófico. O nosso raciocínio chegou à conclusão de que Deus é infinito porque Ele é Puro Acto de Ser (ver FILOSOFIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ, nº 80). A Revelação confirma o que a razão (raciocínio) pode descobrir.
O primeiro ponto do Catecismo da Igreja Católica apresenta-nos este facto: “Deus, infinitamente perfeito e abençoado em si mesmo, num plano de pura bondade criou o Homem para fazê-lo compartilhar da sua própria vida abençoada. Por essa razão, a todo o momento e em todos os lugares, Deus aproxima-se do Homem. Ele pede ao Homem que O procure, que O conheça, O ame com todas as suas forças”.
Além disso, o Catecismo da Igreja Católica (nº 202) diz-nos: “Nós acreditamos com firmeza e afirmamos simplesmente que há um só Deus verdadeiro, imenso e imutável, incompreensível, todo-poderoso e inefável. Pai e Filho e Espírito Santo: três Pessoas, mas uma só essência, uma só substância ou natureza absolutamente simples”.
ELE ESTÁ EM TODO O LADO
Vimos anteriormente que nada pode limitar Deus. “Lugar” é uma espécie de coisa que limita algo a um local específico. Se nada pode colocar um limite a Deus, Deus não está restrito a um lugar. Ele é omnipresente, Ele está em todo o lado, Ele está presente em toda a Sua criação.
«“Eu sou um Deus à mão, pergunta o Senhor, e não um Deus distante? Poderá um homem esconder-se a ele próprio em lugares secretos onde Eu não o possa ver?” (Jeremias 23:23-24)». «Não há nenhuma criatura oculta diante dele, mas todas as coisas estão a nu e a descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas (Hebreus 4:13)». «Ele conhece todos os segredos do coração (Salmo 44:21)». «Onde é que eu poderia ocultar-me do teu espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se subir aos céus, tu lá estás; se descer ao mundo dos mortos, ali te encontras. Se voar nas asas da aurora ou for morar nos confins do mar, mesmo aí a tua mão há-de guiar-me e a tua direita me sustentará. Se disser: “Talvez as trevas me possam esconder, ou a luz se transforme em noite à minha volta”, nem as trevas me ocultariam de ti e a noite seria, para ti, brilhante como o dia. A luz e as trevas seriam a mesma coisa! Tu modelaste as entranhas do meu ser e formaste-me no seio de minha mãe (Salmo 139:7-13)».
Pe. José Mario Mandía