Caminho de fé, oração e reparação
Macau voltou a estar unido em torno das comemorações do dia 13 de Maio, data que assinala a primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, na Cova da Iria, aos pastorinhos Lúcia, Jacinta e Francisco Marto.
O momento ansiado pela comunidade católica, para este dia de júbilo, em torno de Maria Santíssima, era a Procissão de Nossa Senhora de Fátima, que já se realiza na Cidade do Nome de Deus há nove décadas. Reúne actualmente fiéis dos vários cantos do mundo – alguns, a residir no território ou nas suas proximidades; outros, provenientes de regiões mais distantes, que se deslocam propositadamente a Macau por ocasião da Procissão. As celebrações da efeméride no território – Missa e Procissão – estão em sintonia com as do Santuário de Fátima, em Portugal.
A Procissão saiu pouco depois das 19 horas da igreja de São Domingos, após a celebração eucarística em honra à Santa Mãe de Deus. Esta igreja foi fundada em 1587 por três padres dominicanos espanhóis, estando ligada à Confraria de Nossa Senhora do Rosário. Daí certamente a sua escolha para acolher as celebrações e ser o ponto de partida da Procissão, pois Nossa Senhora intitulou-se em Fátima como “a Senhora do Rosário”.
O largo da igreja de São Domingos estava repleto de gente. Entre muitos fiéis, haviam também muitos curiosos que quiseram registar o momento, com os seus telemóveis e equipamento fotográfico. Centenas de devotos acompanharam Nossa Senhora juntamente com o bispo de Macau, D. Stephen Lee, sacerdotes e irmãs religiosas.
O “arranjo” da Procissão em Macau tem algumas particularidades próprias que surgiram da devoção e dos costumes da comunidade local. O andor que transporta a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima é, normalmente, carregado em ombros por senhoras vestidas de branco e com um véu, todas pertencentes à Congregação de Nossa Senhora de Fátima (fundada em 1929). Junto do andor caminham três crianças que simbolizam os pastorinhos – duas meninas e um menino, trajados como na época das aparições. Outras crianças também se juntam a este grupo, vestidas de branco, como que simbolizando anjos que acompanham a Mãe Celeste. Há ainda alguns voluntários, elementos oficiais da Procissão – homens e mulheres – que ajudam no percurso e dão apoio às crianças e aos fiéis. Entre outras tarefas, com o apoio da Polícia de Segurança Pública, asseguram o corredor de passagem da Procissão e a segurança de todos.
A “rota” da Procissão seguiu o desenho dos últimos anos. A noite esteve húmida, mas correu uma brisa fresca que trouxe alguma frescura a todos os que se comprometeram em acompanhar Nossa Senhora rumo à Ermida da Penha, ao ritmo da oração do Santo Rosário.
Chegada a imagem à igreja da Penha, antes do adeus a Nossa Senhora, D. Stephen Lee proferiu uma oração de consagração de todos os fiéis e do território a Nossa Senhora. E elevando o Santíssimo ali exposto, abençoou os presentes e Macau. Alguns fiéis ainda tiveram a oportunidade de entrar na igreja, para contemplar a Virgem Maria. Meditaram e despiram-se em oração, levando a Mãe Santíssima no seu íntimo.
Miguel Augusto