TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (152)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (152)

O que de bom traz a Unção dos Enfermos?

A Unção dos Enfermos pode ser recebida mais do que uma vez. O Catecismo da Igreja Católica refere quatro possibilidades, no ponto 1515:

“[1] Se um doente que recebeu a Unção recupera a saúde, pode, em caso de nova enfermidade grave, receber outra vez este sacramento.

[2] No decurso da mesma doença, este sacramento pode ser repetido se o mal se agrava.

[3] É conveniente receber a Unção dos Enfermos antes duma operação cirúrgica importante.

[4] E o mesmo se diga a respeito das pessoas de idade, cuja fragilidade se acentua”.

ÚLTIMOS TRÊS SACRAMENTOS

Para fortalecer mais os doentes e as pessoas idosas, a Igreja também recomenda administrar dois outros Sacramentos: a Confissão e a Sagrada Comunhão: “A celebração deste[s] sacramento[s], se possível, deve ser precedida pela confissão individual do doente” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 316). Quando a Sagrada Comunhão é concedida nesta particular situação, é denominada “Viático” – refeição para a viagem.

De acordo com o CIC (nº 1524), “àqueles que vão deixar esta vida, a Igreja oferece-lhes, além da Unção dos Enfermos, a Eucaristia como viático. Recebida neste momento de passagem para o Pai, a comunhão do corpo, e sangue de Cristo tem um significado e uma importância particulares. É semente de vida eterna e força de ressurreição, segundo as palavras do Senhor: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna: e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia» (Jo., 6, 54). Sacramento de Cristo morto e ressuscitado, a Eucaristia é aqui sacramento da passagem da morte para a vida, deste mundo para o Pai (João 13:1)”.

Estes três Sacramentos ajudam-nos a concluir a peregrinação na Terra. O ponto 1525 do CIC explica-o: “Assim, do mesmo modo que os sacramentos do Baptismo, da Confirmação e da Eucaristia constituem uma unidade chamada ‘os sacramentos da iniciação cristã’, também pode dizer-se que a Penitência, a Santa Unção e a Eucaristia, como viático, constituem, quando a vida do cristão chega ao seu termo, ‘os sacramentos que preparam a entrada na Pátria’ ou os sacramentos com que termina a peregrinação”.

QUE BEM NOS FAZ A UNÇÃO?

O Catecismo da Igreja Católica resume, no ponto 1532, os efeitos do Sacramento da Unção dos Enfermos: “A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos:

– a união do doente à paixão de Cristo, para o seu bem e para o de toda a Igreja;

– o conforto, a paz e a coragem para suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice;

– o perdão dos pecados, se o doente não pôde obtê-lo pelo sacramento da Penitência;

– o restabelecimento da saúde, se tal for conveniente para a salvação espiritual;

– a preparação para a passagem para vida eternal”.

Perder a esperança é largar a mão amorosa de Deus. O Catecismo do Concílio de Trento ensina: “em nenhum momento o ataque do diabo é mais intenso do que no momento de nossa morte que se aproxima”.

Santo Agostinho disse que o “diabo acusar-nos-á diante de nós com tudo o que fizemos, e indicará o dia e a hora em que pecámos”. E São Gregório Magno acrescentou: “Considere bem quão terrível é a hora da morte e quão terrível será a lembrança dos nossos pecados naquele tempo. Pois os demónios lembrar-se-ão de todos os danos que nos fizeram, lembrar-nos-ão dos pecados que cometemos instigados por ele”.

Assim sendo, nunca devemos hesitar em oferecer a uma pessoa muito doente ou moribunda a possibilidade de receber a Unção dos Enfermos. E se nós mesmos estivermos nessa situação, não devemos hesitar em pedi-la, juntamente com os outros dois Sacramentos da Confissão e do Viático.

Pe. José Mario Mandía

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