Milagres acontecem todos os dias
Este homem (mostra uma fotografia de um homem numa cama de hospital) ia diariamente à Missa; assistia ao Santo Rosário e à Missa. Contou-nos uma história interessante: ainda era uma criança pequena e já era cristão, embora bastante distanciado da Fé. Não rezava; era um jovem muito superficial. Aos 14 anos os seus amigos convidaram-no a ir à Igreja. Respondeu-lhes: «– Não, não, eu não vou à Igreja». Mas os amigos insistiram: «– Não! Vem, vem à Missa. Vais ver que há lá muitas meninas bonitas!». Posto isto, aceitou e foi à Missa.
Estávamos em Maio, o mês de Maria. No Médio Oriente as Igrejas enchem-se de gente todos os dias, no mês de Maio, mesmo que a guerra continue lá fora. Foi alegremente com os amigos, tendo ficado no fundo da Igreja a olhar para as meninas durante a Missa. Passou depois a ir à Missa todos os dias, até que chegou o dia 1 de Junho. Quando entrou na Igreja apenas viu umas dez senhoras de idade.
«– O que é que aconteceu? Quem levou daqui as meninas?». Explicaram-lhe que o mês de Maria tinha acabado. E nesse momento a Graça de Deus desceu sobre ele (deve ter sido uma Graça muito grande) e disse: «– Como me sinto triste, prometo que desde hoje até morrer não Vos deixarei, nem um dia que seja». A partir desse dia, aos 14 anos, Rami (é este o seu nome) passou a ir à Missa todos os dias.
Um dia não o vimos na catedral e pensámos que lhe teria acontecido algo de grave. Era impensável que não fosse à Missa. Na verdade, tinha sido raptado. Amarraram-no, com cordas grossas, e fecharam-no numa pequena casa de banho, algemado (podem-se ver as marcas nos seus pulsos). Ficou amarrado durante dois dias, vendado. Disseram-lhe que assim que recebessem o dinheiro do resgate o matariam. Então ele rezou, e rezou. Recitou o Rosário sem parar durante dois dias, sem poder comer e dormir. Rezou o Rosário e uma oração à Virgem Santíssima que gostava de rezar: “Nos acolhemos à vossa protecção, Ó Santíssima Mãe de Deus…” E também rezou a São Miguel Arcanjo: “São Miguel Arcanjo defendei-nos durante as nossas batalhas…”, pois também por ele tinha uma grande devoção.
Durante dois dias pediu a Nossa Senhora e ao Arcanjo que o libertassem. A certa altura ocorreu-lhe fingir que tinha uma grande dor de cabeça. Começou a gritar, e gritou tanto que até o guarda de serviço ficou cansado de o ouvir. O guarda aproximou-se e disse-lhe: «– Tenho uma grande dor de cabeça; tenho que tomar medicamentos porque já não aguento mais». O guarda afastou-se e nesse momento: «Entreguei-me à Virgem Abençoada e com esforço rebentei as cordas, miraculosamente – (humanamente falando) é impossível, mas todas as cordas partiram».
Desenvencilhou-se rapidamente das cordas e saiu à luz do dia. Então pensou: “Assim é mais fácil de fugir. Estou numa cave”. Aproximou-se (da fonte de luz) e descobriu que estava na varanda de um segundo andar… O guarda já vinha a subir as escadas. Ainda estava algemado, mas tomou uma decisão: «Entreguei-me a São Miguel Arcanjo e saltei da varanda! De facto, parti qualquer coisa, mas consegui aguentar».
Há milagres como este, a cada dia!
Irmã Maria da Guadalupe Rodrigo