Cáritas aposta no turismo acessível
Cinco residentes do território participam amanhã na segunda excursão promovida pela Cáritas Macau. Os participantes são sobretudo idosos com mobilidade reduzida e portadores de deficiências motoras para quem uma breve incursão pela cidade se compara, o mais das vezes, a uma prova de obstáculos.
Ciente das dificuldades com que se deparam, a organização liderada por Paul Pun lançou no final de Janeiro a Agência de Viagens Acessível, um projecto que se propõe devolver a idosos e a deficientes parte da mobilidade perdida, permitindo-lhes a redescoberta da cidade a que chamam casa. «O propósito de instituir uma agência de viagens por iniciativa da Cáritas é o de encorajar as pessoas com deficiência ou os idosos que vivem em edifícios sem elevador a participarem em actividades turísticas», explicou a’O CLARIMo secretário-geral da Cáritas em Macau. «É claro que para organizar este tipo de excursões temos de garantir veículos capacitados para o transporte de pessoas com deficiência e temos também de assegurar o serviço que nos permite retirar os idosos que vivem em edifícios sem elevador ou de acessibilidade reduzida. Não é propriamente fácil organizar uma excursão, mas sabemos que os estamos a fazer muito felizes ao permitir que saiam de casa», acrescentou o responsável.
Um primeiro grupo de cinco pessoas – entre as quais duas em cadeira de rodas – participaram, a 23 de Janeiro, na primeira excursão promovida pela nova agência de viagens da Cáritas. O périplo levou os participantes às instalações da Cáritas, no Largo de Santo Agostinho, à igreja e Seminário de São José, às Ruínas de São Paulo e ao Largo do Senado.
Por agora, devido à pandemia de Covid-19, a Cáritas oferece apenas itinerários locais, mas Paul Pun não afasta a possibilidade de, no futuro, o projecto se poder vir a internacionalizar. «Estamos a começar em Macau, mas mais tarde, quando o Covid-19 assim o permitir, tencionamos sugerir itinerários noutros locais. É uma possibilidade que está sobre a mesa, até porque outros países e regiões também oferecem soluções de turismo acessível. Podemos trabalhar com esses países e regiões e tornar estas viagens exequíveis», revelou.
Agendada para amanhã, a segunda excursão repete o itinerário da primeira. A iniciativa tem um custo de 299 patacas, mas a Cáritas está a tentar encontrar mecenas e patrocinadores que cubram o custo, para que o montante não impeça idosos e deficientes de voltarem a ser turistas por um dia.
Marco Carvalho