O Tempo
“A vida já é curta e nós encurtamo-la ainda mais desperdiçando o tempo”.
Victor Hugo
O tempo é aquilo que todos temos e que todos vivemos dizendo que não temos.
O tempo é-nos dado por igual a todos, ricos e pobres, jovens e velhos, sãos e doentes, sábios e ignorantes. A diferença está na forma como usamos.
Não podemos parar o tempo, nem domá-lo, ele não regride nem estaciona, por isso, só podemos ter uma atitude – fazer com que ele não passe em vão.
O tempo é a coisa mais valiosa que o homem pode gastar, é um tesouro e se o desbaratamos gastando-o mal, ficamos mais pobres e, no fim, terá sido o tempo que nos desgastou.
É bom que o tempo seja o resultado duma construção nossa e não um “montinho de areia” que se desfez sem darmos conta e nos desfez também.
Aproveitar o tempo é uma arte. Enumerar o que temos de fazer, ter sempre planos para breve e curto prazo e concretizá-los. Diz-se que o homem possui três grandes capacidades: a inteligência, a vontade e a “agenda”.
Para além dos horários e obrigações rígidas que a nossa vida profissional e familiar nos impõem, temos liberdade para encaixar pequeninos intervalos de tempo, que deverão ser a essência ou o elo de ligação de todas as peças que movemos e que nos movem.
O tempo começou a existir quando Deus realizou e concretizou a Ideia de Mundo. O acto da Criação foi o princípio do mundo e do tempo e ambos existem em função um do outro: por causa do mundo, o tempo é finito e por causa do tempo o mundo é finito e mutável. O tempo, tal como nós, somos Suas criaturas.
O tempo é como uma moldura e o limite para que cada um de nós realize o projecto, o destino que Deus estabeleceu para cada um ao trazer-nos à vida. Assim perspectivado, o tempo deixa de ser cronometrado pelo relógio, mas pela prudência em o aproveitar, não o desperdiçando, rentabilizando-o em plenitude de conteúdo e valor.
Sabemos que o tempo é breve e acaba sempre antes do tempo desejado, por isso, dedicar um pouco do nosso dia a Deus, parar para pensar e rezar será sempre uma aplicação altamente rentável do nosso tempo.
É triste matar o tempo e é também um desperdício, porque ele não se fabrica, não se compra nem se vende e não se pode guardar, simplesmente desliza e flui.
Como disse Santo Agostinho: “Redimir o tempo é, se for necessário, sacrificar os interesses presentes aos interesses eternos, pois é com a moeda do tempo que se compra a eternidade”.
Sejamos perdulários no espremer do tempo rentabilizando-o ao máximo.
SUSANA MEXIA
Professora