Universidade de São José autorizada a recrutar na China

PRERROGATIVAS ENTRAM EM VIGOR JÁ ESTE ANO LECTIVO

Universidade de São José autorizada a recrutar na China

O anúncio foi feito no início da semana e confirmado oficialmente na terça-feira. A Universidade de São José recebeu “carta branca” para recrutar estudantes na China continental, ainda que a título experimental e apenas para quatro programas de pós-graduação. Para o reitor Stephen Morgan trata-se de uma valiosa oportunidade para que a USJ possa demonstrar que é «uma Universidade em, de e para Macau; e em, de e para a China».

No ano em que completa 25 anos de actividade, a Universidade de São José (USJ) recebeu a prenda mais desejada. A instituição de Ensino Superior recebeu “luz verde” do Ministério chinês da Educação para recrutar alunos no Continente. Numa primeira fase, e a título experimental, a USJ vai poder inscrever estudantes do interior da China nos programas de pós-graduação em Arquitectura, Administração Empresarial, Sistemas de Informação e Ciências, anunciou Stephan Morgan no início da semana.

O reitor da Universidade de São José, que era até ao momento a única universidade de Macau impedida de inscrever alunos do Continente, diz que a autorização agora concedida pelo Governo Central constitui uma «verdadeira oportunidade» para que a USJ possa demonstrar que é «uma Universidade em, de e para Macau; e em, de e para a China». «Estou muito consciente da responsabilidade que o Governo Central incumbiu à Universidade de São José através desta autorização e quero deixar bem patentes todas as garantias, não só da nossa gratidão, mas também da nossa sinceridade», assume Stephan Morgan num comunicado entretanto tornado público. «Vamos monitorizar de perto as regulamentações detalhadas relativas a esta autorização e não vamos poupar esforços para tentar retribuir a fé e a confiança do Ministério da Educação, uma vez que procuramos demonstrar que somos uma Universidade em, de e para Macau; e em, de e para a China», acrescenta o responsável.

De acordo com o referido comunicado, a autorização para recrutar alunos na China continental foi concedida a 9 de Setembro e fez culminar um processo que se arrastou por vários anos e que resultou na assinatura de vários acordos de cooperação e memorandos de entendimento entre a Universidade de São José e instituições chinesas. Para Stephen Morgan a abertura agora demonstrada pelo Governo Central constitui também uma oportunidade para aprofundar parcerias, que «até agora não haviam sido possíveis», como a que foi assinada recentemente com o Instituto de Oceanografia da Academia Chinesa de Ciências. «A exemplo do que sucede com todas as instituições de Ensino Superior de Macau, a Universidade de São José está a trabalhar arduamente para oferecer uma resposta concreta ao apelo, feito pelo Chefe do Executivo, para a diversificação da economia através do desenvolvimento e da aplicação do nosso trabalho de investigação», sublinha o reitor. «Entendemos que há um enorme potencial nesta área, em particular com os esforços de cooperação que empreendemos com, por exemplo, o Instituto de Oceanografia da Academia Chinesa de Ciências, em Qingdao, com o recentemente criado Instituto de Engenharia de Dados e Ciências, bem como através da cooperação de longo alcance com a Universidade Católica[Portuguesa]e com outras Universidades do mundo lusófono».

O responsável está convicto que as relações institucionais que a Universidade de São José conseguiu estabelecer ao longo dos últimos anos com entidades da China vão ter uma importância fundamental para o desenvolvimento futuro da USJ: «Dado o anúncio de que obtivemos autorização para recrutar – ainda que de forma limitada – alunos do Continente a partir do actual ano lectivo, estas relações assumem uma importância ampliada no desenvolvimento futuro da Universidade de São José».

NOVAS OPORTUNIDADES

Em Agosto, Stephen Morgan embarcou num extenso périplo por várias províncias chinesas com o propósito de explorar novas oportunidades de cooperação e de reforçar os memorandos de entendimento já existentes. O périplo levou o reitor a cidades como Chengdu, Qingdao ou Xangai. «Já temos uma extensa rede de colaborações institucionais, como a que firmámos com o Instituto de Oceanografia da Academia Chinesa de Ciências, e em parte esse périplo serviu para reforçar essa rede de relações. No entanto, surgiram novas oportunidades que conseguimos explorar com várias Universidades, com entidades estatais e com departamentos provinciais de educação», adianta Stephen Morgan. «As medidas recentemente anunciadas – e que são muito bem-vindas – em relação a Hengqin são muito entusiasmantes e a Universidade de São José vai considerar toda e qualquer oportunidade para tirar partido destes novos desenvolvimentos», reconhece, ao referir-se à criação, por iniciativa estatal, de uma Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau na Ilha da Montanha.

A terminar, o reitor explicou a’O CLARIMque «o número de alunos inscritos no corrente ano lectivo[na USJ]ainda pode aumentar ligeiramente, uma vez que ainda há inscrições para um ou outro programa académico a decorrer, mas contamos com cerca de quinhentos alunos».

Marco Carvalho

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