«Quero que as pessoas sintam a energia da Igreja Católica na Coreia»
Na última missa celebrada por ocasião da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, o Papa Francisco anunciou que a próxima edição terá lugar em Seul, na capital da Coreia do Sul. Dias antes, O CLARIM esteve à conversa com o padre coreano Peter Park, quando a hipótese de Seul suceder a Lisboa já andava de boca em boca, embora ninguém o pudesse afirmar com toda a certeza que seria essa a escolha de Francisco. Ainda assim o sacerdote deixou transparecer um misto de ansiedade e felicidade.
O CLARIM – O próximo lugar a acolher a Jornada Mundial da Juventude poderá ser Seul, na Coreia do Sul. Como encara tal possibilidade?
PADRE PETER PARK – Se tantas pessoas do mundo se reunirem em Seul, como acontece em Lisboa, quero que sintam a energia da Coreia do Sul e particularmente a energia da Igreja Católica na Coreia. Nós, cristãos, na Coreia, somos um pequeno grupo, formamos pequenas comunidades e partilhamos a fé entre nós. No Século XIX, alguns leigos levaram o Catecismo da China, o que deu um grande impulso à evangelização da Coreia, mesmo a meio de uma forte perseguição, que muitas vezes levou ao martírio. O espírito missionário é a base das nossas pequenas comunidades e acredito que podemos partilhar humildemente a nossa experiência de fé com os jovens de todo o mundo. Os jovens podem experimentar a fé genuína que vem da história e tradição da Igreja na Coreia.
CL – Têm novas vocações na Coreia, especialmente entre os jovens?
P.P.P. – Sim, promovemos novos vocações. Actualmente, na nossa diocese de Seul, temos cerca de mil sacerdotes. A nossa igreja está viva, graças a Deus!
CL – Padre Peter, viemos de Macau para Portugal a fim de participarmos na Jornada Mundial da Juventude. Em Macau foram formados alguns mártires coreanos, sendo de destacar o padre Andrew Kim, o primeiro padre coreano da história do Catolicimo na Coreia.
P.P.P. – Sim, a Coreia é uma terra de mártires, como a China, o Vietname e tantos outros países asiáticos. Rezo por vós e pelo povo de Macau.
Pe. Eduardo Emilio Agüero, SCJ
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