Peregrinação a Fátima

Missão cumprida!

Consegui concluir, no passado dia 13 de Maio, no Santuário de Fátima (junto à Capelinha das Aparições), uma caminhada de perto de 200 quilómetros que me levou de Fernão Ferro (localidade pertencente ao concelho de Sesimbra e ao distrito de Setúbal) até à capital religiosa de Portugal.

Promessa cumprida!

Palavras que terão sido, também, proferidas por muitos dos cerca de 210 mil fiéis (vindos de 30 países…) que, segundo os registos das autoridades eclesiásticas do Santuário, acompanharam, como devotos, as cerimónias oficiais celebrando a aparição, em Fátima, de Nossa Senhora a três pequenos (na idade) pastores naquele longínquo dia de 1917.

Para além da fé e do esforço físico e mental que envolveram e acompanharam esta minha caminhada peregrina (já que, em meia dúzia de dias, eu e muitos daqueles que comigo se aventuraram, apenas pudemos contar com sacos-cama ou com locais improvisados para a tomada de refeições, por exemplo), desenvolvi algumas reflexões que gostaria de partilhar consigo, caro leitor, neste diminuto texto.

A primeira delas tem que ver com o trânsito automóvel que, como será claro neste tempo “dominado” pela máquina, não deixou, quase nunca, de marcar a sua presença junto de mim e de todos os caminhantes: muitos dos condutores que por nós passaram fizeram questão de nos cumprimentar buzinando e utilizando acenos e palavras de incentivo.

Outros, nem por isso.

A segunda reflexão que enumero tem que ver com a presença das autoridades policiais e com membros da Comunicação Social.

Enquanto que agentes das forças de segurança (da Guarda Nacional Republicana, sobretudo) marcaram a sua presença ao longo do percurso já aludido e, assim, zelaram pela nossa segurança física, a presença de jornalistas e repórteres de som e de imagem foi quase nula. E digo “quase” porque um repórter fotográfico de um jornal regional online foi o único a “comparecer” fora dos limites territoriais de Fátima: em Minde, no dia 11 de Maio, junto à corporação dos soldados da paz locais.

A terceira reflexão prende-se, intimamente, com a minha formação académica: a riquíssima – deixe-me o leitor utilizar esta qualificação – diversidade social e cultural que me foi dada a perceber, quer no seio do grupo que me acompanhou ao longo desses dias, quer na passagem por cidades, por vilas, por aldeias, por casas, por instalações desportivas e culturais, por jardins públicos, por cafés, por…

A quarta (e última) é esta: a presença no Santuário de Fátima acabou por ser o expoente máximo dessa riqueza e onde a emoção e a espiritualidade foram tão intensas que não me é possível utilizar aqui as palavras mais apropriadas para as descrever.

Certos de que os problemas que todos tinham não desapareceriam de forma imediata, uma garantia assomou, certamente, à mente de todos quantos ali se reuniram: o de que tudo seria diferente dali em diante.

Quanto a mim resta-me agradecer, para todo o sempre, a oportunidade de o compreender.

Ricardo Jorge Pereira 

Peregrino

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