O valor permanente da Família
A família, nascida da íntima comunhão de vida e de amor conjugal fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher, é o lugar primário das relações interpessoais, o fundamento da vida das pessoas e o protótipo de toda organização social.
Este berço de vida e de amor é o lugar apropriado no qual o homem nasce e cresce, recebe as primeiras noções da verdade e do bem onde aprende o que quer dizer amar e ser amado e, por conseguinte, o que quer dizer ser pessoa.
A família é a comunidade natural onde se tem a primeira experiência e a primeira aprendizagem da sociabilidade humana, pois nela não só se descobre a relação pessoal entre o “eu” e o “tu”, mas também se dá o passo em relação ao “nós”. Neste clima de afecto natural, que une os membros da comunidade familiar, cada pessoa é reconhecida e responsabilizada na sua singularidade, pelo que é.
A entrega recíproca do homem e da mulher, unidos em matrimónio, cria um ambiente de vida no qual a criança pode desenvolver as suas potencialidades, tomar consciência da sua dignidade e preparar-se para o futuro.
A família educa segundo todas as suas dimensões, rumo à plenitude da sua dignidade. É o âmbito mais apropriado para o ensinamento e transmissão dos valores culturais, éticos, sociais, espirituais e religiosos, que são essenciais para o desenvolvimento e bem-estar tanto dos seus próprios membros como da sociedade.
O amor – que é a alma da família em todas as suas dimensões – só é possível se houver entrega sincera de si mesmo aos outros. Amar significa dar e receber livre e reciprocamente o que não se pode comprar nem vender.
Graças ao amor, cada membro da família é reconhecido, amado e respeitado. Do amor nascem relações vividas como entrega gratuita, e surgem relações desinteressadas e de solidariedade profunda.
As crianças vão incorporando assim critérios e atitudes que as ajudarão a integrarem-se na outra família mais ampla que é a sociedade.
Susana Mexia
Professora