«A morte nunca será vitoriosa, nunca!» Papa Francisco
O Papa afirmou, no Vaticano, a necessidade de cultivar a esperança num mundo marcado pela guerra e a morte.
«Perante um futuro que, por vezes, pode parecer sombrio, sejamos semeadores de esperança e tecedores do bem, convencidos de que a vida pode ser vivida de forma diferente e que a paz é possível», referiu, perante milhares de peregrinos reunidos para a Audiência Pública semanal, na Praça de São Pedro.
Francisco apresentou uma reflexão sobre a «virtude teologal» da esperança, que considerou como resposta à falta de «sentido» para a vida e ao «desespero do homem – o sentimento da inutilidade de tudo».
«O Senhor está sempre próximo de nós, a morte nunca será vitoriosa, nunca», indicou.
O Papa destacou o ensinamento de São Paulo sobre a Ressurreição de Cristo, sem a qual «então tudo fica vazio, até mesmo a pregação dos apóstolos».
«Se acreditas na Ressurreição de Cristo, então sabes com certeza que nenhuma derrota e nenhuma morte duram para sempre», assinalou.
Citando a encíclica de Bento XVI Spe Salvi (Salvos na Esperança), Francisco declarou que este é um «dom que vem directamente de Deus».
«A esperança é a resposta oferecida ao nosso coração quando surge dentro de nós a pergunta absoluta: “O que será de mim? Qual é o destino da viagem? E quanto ao destino do mundo?”», acrescentou.
O Papa falou ainda dos pecados contra a esperança, de quem vive no passado, realçando que também nestes casos «Deus perdoa, Deus perdoa sempre».
A Catequese encerrou-se com um apelo à oração pela «graça da esperança», acompanhada pela «virtude da paciência».
«A esperança é a virtude de quem tem o coração jovem e a idade não interessa, aqui. Também há idosos com os olhos cheios de luz, que vivem uma tensão permanente em relação ao futuro», sustentou o Pontífice.
Após a Catequese, Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa: «Animo-vos a procurar sempre o olhar de Nossa Senhora que conforta todos aqueles que estão na provação e mantém aberto o horizonte da esperança».
Uma imagem de Nossa Senhora de Luján, padroeira da Argentina, cuja Festa se celebrou na quarta-feira, estava junto ao Papa, que pediu orações pelo seu país natal.
Na intervenção, lembrou ainda que se assinalava a súplica a Nossa Senhora de Pompeia, em Itália, convidando todos a «valorizar a oração do Santo Rosário», neste mês de Maio.
«Convido todos a invocar a intercessão de Maria, para que o Senhor conceda a paz ao mundo inteiro, especialmente à querida e martirizada Ucrânia, à Palestina e a Israel, ao Myanmar», prosseguiu.
Na saudação aos peregrinos polacos, Francisco recordou a Festa de Santo Estanislau, bispo e padroeiro da Polónia, pedindo que a sua intercessão «obtenha também hoje o dom da paz na Europa e em todo o mundo, especialmente na Ucrânia e no Médio Oriente».
In ECCLESIA