Amor, Reconciliação, Fé e Sonho
O Papa Francisco encontrou-se, na quarta-feira, com milhares de jovens no Centro de Convenções de Díli, no final da sua visita a Timor-Leste. Na ocasião, pediu que sejam protagonistas da «reconciliação» no País. «Vocês têm uma história maravilhosa de heroísmo, de fé, de martírio, sobretudo de perdão e de reconciliação», disse, numa intervenção saudada com vários aplausos. «Ódio não, amor e serviço sim», acrescentou, num discurso improvisado, em forma de diálogo com os presentes.
O encontro contou com uma saudação de boas-vindas do presidente-executivo da Comissão Nacional da Juventude Católica de Timor-Leste (CNJCTL) e testemunhos de quatro jovens, incluindo uma muçulmana. «Não se esqueçam que vocês são herdeiros de quem os precedeu, fundando esta nação. Não percam a memória, a memória de quem os precedeu e, com tantos sacrifícios, consolidaram esta nação», indicou, em Castelhano, contando com a ajuda de um sacerdote para a tradução em Tétum. «Sejam herdeiros desta história tão bonita», prosseguiu.
Numa visita acompanhada por centenas de milhares de pessoas, nas ruas de Díli, o Papa mostrou-se impressionado com este «país de gente jovem»: «Esta manhã dizia a um bispo que nunca me vou esquecer do vosso sorriso. Não deixem de sorrir».
Falando aos cerca de três mil jovens que acompanharam o encontro, dentro e fora da sala, Francisco pediu que mantenham o «entusiasmo da fé» e alertou contra «os vícios»: «Tenham cuidado, porque chegam os que se dizem vendedores de felicidade, que vendem droga, tantas coisas que dão felicidade durante meia hora. Nada mais».
O Papa destacou a importância do diálogo entre gerações, valorizando a «sabedoria» dos idosos. «Os maiores tesouros que uma sociedade tem são as crianças e os avós», sustentou.
Francisco desafiou os jovens a «sonhar coisas grandes», considerando que «um jovem que não sonha é um reformado da vida». «Os jovens têm de fazer barulho, para demonstrar a vida que têm», assinalou.
O Papa recomendou ainda que as novas gerações promovam a «liberdade, compromisso e a fraternidade», para «serem irmãos, não inimigos»: «Temos que amar-nos, para lá de qualquer diferença étnica ou religiosa».
No último compromisso público da viagem, iniciada na segunda-feira, Francisco alertou contra o “bullying”, que explora a fragilidade do outro. «Respeitar-se», indicou, ao convidar os jovens a repetir a frase «amor e reconciliação».
No final do encontro, após a oração, Francisco dirigiu-se à entrada principal onde dois jovens lhe entregaram pombas, para as soltar como símbolo de paz.
In ECCLESIA