Jesuítas criam grupo de trabalho dedicado à Laudato si

OBJECTIVO É DISCUTIR E DIVULGAR A MENSAGEM ECOLÓGICA DE FRANCISCO

Jesuítas criam grupo de trabalho dedicado à Laudato si

A Companhia de Jesus em Macau criou um grupo de trabalho focado na discussão e divulgação da Laudato si, a encíclica do Papa Francisco que coloca as preocupações ambientais no centro das orientações espirituais da Igreja Católica.

A decisão ganhou fôlego depois de, recentemente, a Residência Jesuíta ter aberto as portas para explicar as vantagens da compostagem a uma delegação de Exploradores e Pioneiros do Grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau (GELMac). A iniciativa, que teve como cenário a horta biológica cultivada pelos próprios missionários da Companhia de Jesus nas instalações da Residência Jesuíta, acabou por não ter sequência, mas o objectivo da Companhia de Jesus passa por colocar a mensagem da Laudato sino centro da sua acção pedagógica e espiritual, explicou o padre Fernando Azpiroz, em declarações a’O CLARIM. «A experiência com os Escuteiros Lusófonos não se voltou a repetir e cingiu-se a uma única actividade, mas estamos a tentar perceber de que forma podemos dar continuidade a este tipo de iniciativas. Temos um grupo, que chamamos de “Laudato si”, e que se reúne todos os meses, mas que ainda não concebeu qualquer plano concreto. Espero que possamos vir a dinamizar algo no próximo semestre», afiançou o sacerdote argentino, actual Superior da Companhia de Jesus em Macau.

A preocupação com “a nossa casa comum” que está no centro da mensagem da Laudato sié, de resto, uma das quatro orientações em que se fundamentam as celebrações do Ano Inaciano. A Companhia de Jesus tenciona promover, no início de Abril do próximo ano, em Coloane, a iniciativa “Aprender com Inácio a ouvir e a responder ao clamor da Terra”.

Antes disso, no final de Outubro, a missão jesuíta em Macau vai abraçar a causa, o medo e as dores dos mais pobres, uma iniciativa que estará em grande medida direccionada para aqueles que são, no território, os mais injustiçados: as comunidades de trabalhadores não residentes. «A próxima actividade que tencionamos organizar no âmbito das celebrações do Ano Inaciano decorre em Outubro e tem como repto “Aprender com Inácio a ouvir e a responder ao clamor dos mais pobres”» adiantou o padre Azpiroz. «Nesta actividade queremos ter como ponto de partida a experiência da pobreza de Inácio e com os pobres para compreender e reflectir sobre a segunda prioridade apostólica universal da Companhia de Jesus: caminhar com os pobres, caminhar com os oprimidos e com aqueles cuja dignidade foi violada, numa missão de reconciliação e justiça. Esta actividade decorre a 23 de Outubro nas instalações do Colégio Ricci», acrescentou.

As celebrações do Ano Inaciano, que assinala o início do processo de transformação espiritual pelo qual Santo Inácio de Loyola enveredou há quinhentos anos, arrancaram a 20 de Maio com a celebração de uma missa solene na igreja do Seminário de São José.

A 5 de Junho, teve lugar na Escola Estrela do Mar a primeira de quatro grandes iniciativas de matriz espiritual que a Companhia de Jesus tenciona promover no âmbito do Jubileu. Tratou-se de um evento direccionado para os mais novos, intitulado “Aprender com Inácio a ouvir e distinguir diferentes vozes no nosso coração”.

MARCO CARVALHO

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