À prova de fogo
O casamentoé uma carta fechada, uma aventura para toda a vida, mas a maioria deles acaba em divórcio.
Porque será?
Viver juntos para sempre parece que se foi tornando uma meta difícil de alcançar, numa sociedade que facilita a ruptura, e torna mais fácil a separação do que a reconciliação.
Talvez seja bom recordar que num casamento existem sempre objectivos e esperanças a alcançar. O casamento não é um estado mas um processo, no qual dia-a-dia se vai acrescentando algo de mais e de melhor. É como uma planta sensível, necessita de atenção, amor, carinho, protecção, respeito, compreensão, a luz e a água adequada, nem de mais, nem de menos.
Nem sempre tudo corre bem, é o normal da vida em qualquer circunstância, mas as surpresas ou imprevisibilidades não têm de ser contrariedades e ser recebidas como uma prova de desamor, mas aceites como um desafio para ultrapassar mais um obstáculo, do qual, com carinho, perseverança e confiança se sairá mais fortalecido e confiante.
Casar-se é assumir uma responsabilidade familiar, afectiva, social e moral. Não é um capricho, mas é um contrato que se assina e no qual se comprometem a cumprir todos os requisitos legais expostos na legislação que será lida no acto. Porém, se o casamento for religioso acresce ainda a promessa feita a Deus, sacramento pelo qual o casal será agraciado com a ajuda do Espírito Santo em todos os momentos da sua vida conjugal.
Casar é comprometer-se a levar o jugo da vida a dois, juntos, repartindo o esforço e ajudando-se mutuamente na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, etc., etc. Por “jugo”, logo podemos supor uma carga pesada, nem sempre fácil de transportar, mas é o jugo que une a parelha carregando o peso no caminho comum, daí a origem da palavra cônjuge.
Amar e casar faz parte do percurso dignificador do Ser Humano, na entrega ao outro, projectando-se no futuro.
Joana Cordeiro
Professora
N.d.R.:Há dias o Papa Francisco defendeu que devem ser garantidos mecanismos legais para assegurar o bem-estar e a dignidade humana dos homossexuais, a começar pela defesa dos seus direitos no seio familiar. Neste contexto, o Santo Padre deu como exemplo o reconhecimento legal das uniões de facto consumadas por homossexuais, não tendo em qualquer momento feito referência ao Sacramento do Matrimónio ou Casamento, ao contrário do veiculado pela generalidade dos Órgãos de Comunicação Social e, consequentemente, pela opinião pública menos informada.