Chamar o mundo à conversão, pela última vez
Nossa Senhora tem aparecido a uma escala planetária e com gradual intensidade nos últimos séculos. Basta olharmos para a sequência das datas das aparições e manifestações, mesmo só as aprovadas pelo Vaticano, cerca de dezasseis – num total de mais de duas mil aparições – que se estabeleceram como marcos para o Catolicismo: Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, Paris, França (1830), Nossa Senhora de Sião, Roma, Itália (1842), Nossa Senhora da Salete, França (1846), Nossa Senhora de Lourdes, França (1858), Nossa Senhora Auxiliadora, Filippsdorf, República Checa (1866), Nossa Senhora de Pontmain, França (1871), Nossa Senhora de Gietzwald, Polónia (1877), Nossa Senhora de Knock, Irlanda (1879), Nossa Senhora de Fátima, Portugal (1917), Nossa Senhora de Beauraing, Bélgica (1932), Nossa Senhora de Banneux, Bélgica (1933), Nossa Senhora Mãe do Mundo, Kibeho, Ruanda (1981).
Em Medjugorje não era costume falar-se de aparições marianas, como as de Fátima ou de Lourdes.
No dia 24 de Junho de 1981, dia de São João Baptista, por volta das seis da tarde, seis jovens (quatro raparigas e dois rapazes) – Ivanka Ivankovic, Mirjana Dragicevic, Vicka Ivankovic, Ivan Dragicevic, Ivan Ivankovic e Milka Pavlovic – viram, sobre a colina de Crnica, várias centenas de metros acima de um local chamado Podbrdo, uma jovem com uma criança nos braços que lhes fazia sinal para se aproximarem. Surpresos e assustados, não foram e “fugiram”. No dia seguinte sentiram-se fortemente atraídos para o local onde tinham visto a jovem.
No terceiro dia das aparições, 26 de Junho de 1981, Nossa Senhora apresentou o seu apelo à paz, com as palavras: “Paz, paz, paz, e somente paz! A paz deve reinar entre Deus e o homem, e entre os homens!”.
No dia 27 desse mesmo mês, Nossa Senhora apresentou-se como a Rainha da Paz. E no dia seguinte reuniram-se aproximadamente quinze mil pessoas – de Medjugorje e das redondezas – para acompanharem o fenómeno.
Os videntes, oprimidos pelo regime da época, foram levados pela polícia para interrogatório e exames psiquiátricos, concluindo-se que eram saudáveis. Apesar das perseguições, nunca negaram, nem rejeitaram o chamamento da Virgem Santíssima. O padre Jozo Zovko, pároco de Medjugorje que protegia as crianças e acreditava nas aparições, chegou mesmo a ser preso.
Em 1983 e 1984 duas universidades, de Itália e de França, fizeram uma profunda investigação científica médico-teológica aos videntes e às aparições, sob a direcção dos médicos Henry Joieux (França) e Luigi Frigério (Itália), e do grande teólogo mariólogo René Laurentin (França). As comissões científicas declararam a idoneidade dos videntes, a sua perfeita sanidade mental e a identificação positiva dos fenómenos, sob a óptica da Teologia.
As mensagens de Nossa Senhora, dadas ao longo dos anos, falam principalmente de Paz, Fé, Conversão, Oração e Jejum.
Nossa Senhora revelou segredos e profecias aos videntes. A vidente Mirjana recebeu um “pergaminho”, onde estão dez segredos à espera da permissão da Santa Mãe para serem revelados ao mundo. As aparições de Medjugorje aparecem como a “última chamada” do Céu à humanidade, à conversão e à unificação do Homem com Deus. Vejamos o que disse a Santíssima Maria, em Maio de 1982: “Eu vim chamar o mundo à conversão pela última vez. Depois não aparecerei mais sobre a Terra. Estas são as minhas últimas aparições”. Numa outra mensagem diria: “Aquilo que comecei em Fátima, terminarei em Medjugorje, o meu coração triunfará”.
Dez anos exactamente após o início das aparições, em 25 de Junho de 1991, a Croácia e a Eslovénia declararam a independência da Jugoslávia, iniciando o processo de desintegração daquele país. Em 1992 começou a guerra da Bósnia, que durou até 1995, causando a morte a mais de 200 mil pessoas e a dissolução definitiva da Federação da Jugoslávia com a formação de seis novos países, entre eles a Bósnia-Herzegovina, onde fica Medjugorje. Curiosamente, Medjugorje não foi directamente atingida pela guerra, permanecendo como um oásis de paz no meio do conflito.
Em 2008, D. Mamberti, numa visita oficial à Bósnia-Herzegovina, transmitiu as saudações do Papa Bento XVI a todos os franciscanos daquela província e reafirmou a inestimável importância do papel dos religiosos na Igreja local e em todo o mundo.
Medjugorje é hoje um dos maiores centros de oração e peregrinação do mundo.
Aparições Marianas – O teólogo René Laurentin explica a tendência actual da Igreja: «O crescente descrédito generalizado nas aparições tem as suas origens na onda de desmistificação iniciada pelo protestante alemão Rodolfo Bultmann, o qual, a partir de 1921, começou a publicar as suas obras exegéticas com intuito de “desmistificar” os Evangelhos, e tudo o que é maravilhoso e sobrenatural. Assim, por exemplo, ele nega que tenha sido um anjo que apareceu a Maria na Anunciação e que teria sido apenas um pensamento que Deus lhe infundiu. Nega a ressurreição do corpo de Cristo; enfim, tudo o que é milagroso nas Escrituras. Esta onda contaminou exegetas, tanto leigos como padres. A filosofia idealista, que depois de Kant e Hegel domina a nossa época, mais profundamente e mais radicalmente que Bultmann, reduz quase tudo ao subjectivismo, não só as aparições ou comunicações com o outro mundo, mas também todos os milagres e a própria ressurreição de Cristo».
René Laurentin, defensor das aparições em Medjugorje, coloca-nos questões indo ao encontro da veracidade do “mistério”: «Há sinais sérios da presença de Deus: curas, conversões e outros milagres, como a dança do Sol em Fátima e outros sinais no céu? A Virgem tem uma missão de Mãe nos confrontos do mundo. Esta missão é destinada a intensificar-se nos últimos tempos, dizia Grignion de Monfort. A multiplicação das Suas aparições não corresponderá talvez a uma urgência: o fim do mundo ou, pelo menos, uma grande transformação no limiar do terceiro milénio?».
René Laurentin chama-nos a atenção para um facto: «As aparições de Nossa Senhora aconteciam de manhã em Lourdes, ao meio-dia em Fátima, e agora no “Ciclo de Maria”, em Medjugorje, acontecem sempre ao final da tarde, às 17 horas e 40». No tempo de Jesus o dia acabava às 18 horas. De acordo com o teólogo, este é um sinal de que estamos apenas a «vinte minutos» do fim.
NOTA: René Laurentin nasceu em Tours, França, em 1917. É doutorado em Teologia e Mariologia, e membro da Academia Mariana Internacional de Roma. Escreveu grande parte da doutrina Mariana na Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II. É autor de numerosas obras sobre aparições marianas, entra as quais, Medjugorje. O seu trabalho mais aprofundado debruça-se sobre as aparições de Lourdes, num total de sete volumes “Lourdes: documentos autênticos”.
Miguel Augusto
com MedjugorjeBrasil