Monsenhor Eduardo Chávez

Monsenhor Eduardo Chávez no Seminário de São José

MACAU RECEBE O MAIOR ESPECIALISTA SOBRE AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE (MÉXICO)

O postulador da causa da canonização de São Juan Diego, monsenhor Eduardo Chávez, o maior especialista sobre as aparições de Nossa Senhora de Guadalupe, deslocar-se-á brevemente do México a Macau para realizar uma série de palestras – ainda este mês – na Ásia. São quatro os locais para onde está agendada a visita do monsenhor Chávez: Hong Kong, Macau, Taiwan e Filipinas.

Em Macau, a palestra de monsenhor Eduardo Chávez realizar-se-á no dia 22 de Setembro, no Seminário de São José, entre as 15 e as 17 horas, seguindo-se missa na igreja do Seminário.

Nascido a 31 de Dezembro de 1956, na Cidade do México, o monsenhor Eduardo Chávez Sánchez é um dos principais especialistas no que respeita às aparições da Virgem de Guadalupe, sendo membro fundador e reitor do Instituto Superior de Estudos Guadalupanos. Profundamente religioso e mariano, há quase duas décadas que se dedica ao estudo das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe e ao milagroso ícone deixado pela Mãe de Deus no manto (“tilma”) do índio vidente, Juan Diego.

O impulso deu-se a 17 de Maio de 2001, quando o cardeal D. Norberto Rivera Carrera, arcebispo do México, o nomeou postulador pela causa de Juan Diego, tendo sido um elemento importante para a sua canonização pelo Papa João Paulo II, na basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, precisamente na Cidade do México, a 31 de Julho de 2002.

Muito se tem falado das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe, nomeadamente da imagem milagrosa na “tilma”, que desafia o tempo e a ciência, a caminho dos quinhentos anos de existência. Lamentavelmente, muitos erros – segundo o monsenhor Chávez – têm sido divulgados e até publicados em livros. Deste modo, dentro de alguns dias será imprescindível e um privilégio para os fiéis de Macau poderem ouvir do sacerdote explicações precisas acerca do ícone e do fenómeno guadalupano, assim como toda a sua contextualização histórica e cultural, a religiosidade e tudo o que envolve as aparições e o milagre no México, que continua vivo entre nós desde 12 de Dezembro de 1531.

O monsenhor Eduardo Chávez tem afirmado que a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe leva-nos em última instancia ao Filho, a Jesus, pois no seu seio encontra-se o Verbo Divino, simbolizado no ícone pelo laço preto na cintura da Mãe Celeste, que cai por baixo das suas mãos em oração.

APONTAMENTO HISTÓRICO

No século XVI habitavam na região do actual México os Astecas e os Maias, tribos indígenas antropófagas que realizavam muitos sacrifícios com vidas humanas. Foi um período muito difícil, pois os índios resistiam à evangelização e os franciscanos e dominicanos já não sabiam como lidar com a situação.

Foi neste contexto, em 1531, que Nossa Senhora começou a aparecer a um humilde índio chamado Juan Diego, na colina de Tepeyac, perto do que viria a ser a capital do México. Juan Diego, de seu nome nativo, Cuauhtlatouac, significa “águia que fala” ou “aquele que fala como águia”. Juan (João), deriva do nome hebraico Yochanan, que significa “Deus é misericordioso”.

Com muito carinho, Nossa Senhora pediu a Juan Diego que fosse falar com o bispo e lhe pedisse para construir no lugar das aparições um Santuário em sua honra. Frei João de Zumárraga (franciscano), primeiro bispo do México vindo de Espanha, retardou a resposta a fim de averiguar cuidadosamente o ocorrido. Quando o índio, movido por uma segunda aparição e nova insistência da Virgem, renovou a suas súplicas ao bispo, este ordenou-lhe que pedisse a Nossa Senhora um sinal de que o desejo vinha realmente da Mãe de Deus. Então Nossa Senhora enviou ao prelado o conhecido sinal milagroso das rosas. Juan Diego assim o fez e junto do bispo desdobrou a sua “tilma” branca. À medida que as várias rosas de Castela se espalhavam pelo chão desenhava-se no “ayate”, repentinamente, a preciosa imagem da Virgem de Guadalupe. O bispo e os presentes, maravilhados com o que viam, prostraram-se no chão em louvor à Santa Mãe e mais tarde frei João de Zumárraga acompanhou Juan Diego ao local escolhido por Nossa Senhora.

A fama do milagre espalhou-se rapidamente por todo o território. O ícone de Nossa Senhora de Guadalupe comunica com muita da iconografia indígena. Os cidadãos, profundamente impressionados por tão grande prodígio, procuraram guardar respeitosamente a santa imagem na capela do Paço Episcopal. Mais tarde, após várias construções e ampliações, chegou-se ao Santuário actual.

O texto mais antigo sobre as aparições de Nossa Senhora de Guadalupe é denominado “Nican Mopohua”, que significa “aqui se narra”. A sua autoria é atribuída a Antonio Valeriano, um indígena sábio e nobre, que foi educado no Colégio da Santa Cruz de Tlatelolco, fundado no ano 1536 pelos franciscanos. «Neste documento é descrito da maneira mais bela, mais plena e melhor alcançada, este maravilhoso encontro entre Deus e o ser humano por meio de sua própria Mãe, Santa Maria de Guadalupe», tem afirmado o monsenhor Eduardo Chávez.

A partir das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe os missionários passaram a evangelizar os índios em massa; mais de sete milhões foram baptizados em poucos anos e o México é hoje o país que mais católicos tem (estimam-se que 94 por cento da população).

Em 1910 o Papa São Pio X proclamou Nossa Senhora de Guadalupe como “Padroeira da América Latina”, e em 1945 o Papa Pio XII a proclamou “Imperatriz da América Latina”.

CIÊNCIA VALIDA O MILAGROSO ÍCONE

A “tilma” ou “ayate” típico é composto por fibras de piteira (cacto), conhecidas como “ixtle”, tecidas num tear de cintura. O “ayate” de Juan Diego é constituído por duas peças separadas, costuradas com fio de algodão. Unidas, medem cerca de 1,06 metros por 1,68 metros. O pobre tecido tem uma estimativa de vida que ronda os vinte anos antes de se iniciar a sua deterioração. A “tilma” de Juan Diego, com a imagem milagrosa de Nossa Senhora, encontra-se em bom estado de conservação e está perto de perfazer quinhentos anos de idade.

O cientista alemão e prémio Nobel da Química Richard Kuhn analisou a “tilma” e falou acerca dos corantes da imagem guadalupana, tendo garantido que não pertencem ao reino vegetal, nem mineral, nem animal.

Confiou-se a dois estudiosos norte-americanos (Callagan, da equipa científica da NASA, e Jody B. Smith, catedrático de Filosofia da Ciência no Pensacolla College) a tarefa de submeterem a imagem a análise fotográfica através de raios infra-vermelhos. As suas conclusões, em suma, foram as seguintes: o “ayate – tela rala – torna inexplicável, à luz dos conhecimentos humanos, como os corantes impregnaram uma fibra tão inadequada e nela ainda hoje se conservam. Não há esboços prévios; a imagem foi pintada directamente, tal qual a vemos. Não há pinceladas. A técnica utilizada é desconhecida e incompreensível na história da pintura.

Aste Tonsmann, ao mencionar em numerosas conferências o achado de figuras humanas de tamanho infinitesimal na íris da Virgem, não se cansa de repetir: «Inexplicável! Radicalmente inexplicável!».

Jesus convida-nos a sermos pescadores de homens (Mateus 4:19). O México parecia estar predestinado a ter esta graça, pois o formato do País faz lembrar um peixe, primeiro símbolo dos cristãos primitivos.

Por todas estas razões, o monsenhor Eduardo Chávez, instrumento de Deus para levar ao mundo a mensagem de Nossa Senhora de Guadalupe, a mulher vestida de Sol com a Lua debaixo dos pés (Apocalipse 12:1), é ansiosamente aguardado em Macau.

Miguel Augusto 

 com Felipe Aquino, jornal ABC(edição internacional) e Gaudium Press

 

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