Bispos lusófonos lembram que missão da paz “nunca está concluída”
Os bispos dos Países Lusófonos realizaram, em Moçambique, o seu 15.º encontro, tendo destacado que a Igreja Católica tem “desenvolvido uma intensa e relevante acção” pela paz, reconciliação nacional e união das sociedades de língua portuguesa.
“Uma acção discreta, que não deseja protagonismos, mas que é real e não pode ser esquecida e apagada da história e do presente. Uma acção baseada no amor de Cristo, que passa pela mediação de conflitos, pela caridade em milhares de missões e obras junto daqueles que mais necessitam e sofrem, na promoção da educação onde ela não existe, na promoção do papel da mulher, na promoção de uma cultura de amor, diálogo e encontro”, lê-se num comunicado enviado na segunda-feira à Agência ECCLESIA, com as conclusões do encontro.
Na mesma nota, os bispos dos Países Lusófonos assinalam que “esta missão nunca está concluída”, sendo que a realidade actual dos diversos países “apela à presença e acção da Igreja que fala português, como construtora de paz e defensora da dignidade de cada pessoa”.
“A Igreja e a construção da Paz” foi o tema do XV Encontro dos Bispos dos Países Lusófonos, realizado entre 1 e 5 de Fevereiro, na cidade moçambicana de Nampula.
Os prelados lembram que todos são “chamados a intervir e a dar o contributo” para a construção da paz, vivendo em unidade e verdade de vida, “na procura do bem comum” e na “denúncia das injustiças, das situações que não dignificam os outros”. A Igreja Católica quer continuar “na linha da frente, dando voz a todos aqueles que não têm voz”, pelo que apela, “especialmente” a todos os que têm responsabilidade nos “destinos dos países”, que procurem “incessantemente a paz”.
Os bispos manifestam, em particular, “profunda dor e solidariedade” com o povo de Cabo Delgado que, “desde 2017, tem sido vítima de bárbaros actos de violência”, e “alegria e comunhão” pela realização da Jornada Mundial da Juventude 2023 em Lisboa, de 1 a 6 de Agosto, e que “contará com a presença de jovens de todos as Igrejas dos países lusófonos”.
Participaram neste encontro delegações de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. O bispo auxiliar de Bissau esteve ausente “por razões de saúde”, e os bispos do Brasil e Timor-Leste “não puderam estar presentes”.
O comunicado informa ainda que o 16.º Encontro de Bispos dos Países Lusófonos vai realizar-se em Portugal, de 2 a 6 de Fevereiro de 2025.
Estes encontros são organizados a cada dois anos, desde Maio de 1996, pela organização católica para o desenvolvimento FEC, com o objectivo de fortalecer a comunhão eclesial e promover a cooperação em prol das comunidades lusófonas.
In ECCLESIA