Valor essencial e basilar das sociedades
A liberdade de Imprensa é um valor essencial e basilar das sociedades modernas ocidentais. Não se concebe o Mundo em pleno Século XXI sem a informação concebida pela Imprensa. No entanto, parece-me uma verdadeira arma e uma faca de dois gumes. Por um lado, sem ela é impensável uma globalização, uma vez que só ela permite um conhecimento diário, contínuo e ininterrupto das realidades sociais, políticas e económicas, tanto a nível nacional como internacional. Por outro lado, se não soubermos usar esta informação que nos é transmitida diariamente, acabamos formatados e acríticos, o que não é agradável nem para a Imprensa, nem para a liberdade.
A liberdade de Imprensa deve ser concebida para que se possa divergir, contrapor e informar autonomamente. Não deve formatar, privar de crítica, cultivar o uniformismo barato. Deve educar, urge que eduque! É urgente que pare de dar às pessoas o que as deseduque, as torne banais robôs sentados à frente da televisão, presos aos programas de audiência recorde e de cultura nefasta. Programas vãos são para pessoas vãs! Cabe-nos a nós entender, assimilar ou criticar e duvidar! Os artigos são escritos, os programas são emitidos para provocar o sentimento, pensamento, o elogio e a crítica! Só assim assumem uma finalidade construtiva e poderão transformar a sociedade. Mas tudo depende de quem lê. Tudo se resume a quem vê.
Mas se na informação é preciso mais e melhor, nada fica se não estivermos predispostos a ouvir, ver ou ler. Cabe ao ouvinte, espectador ou leitor interpretar o que lhe é transmitido, porque, por muito boa Imprensa que exista (e existe!) de nada serve se o receptor nada faz com ela.
Precisamos de mais jornalistas objectivos e imparciais, ou opinativos e críticos, mas que nenhum tenha medo de transmitir conhecimento e informação, de maneira a que todos possamos melhorar e melhor compreender a sua mensagem. Torna-se contudo imperativo que as pessoas queiram receber o conteúdo transcrito na Imprensa para formarmos países melhores e melhores cidadãos em todo o mundo.
Ana Esteves
Professora