Já Agora

Geringonça cultural.

Um negociador em fundos de pensões – sueco – dizia-me no passado fim-de-semana que a democracia no seu país está «refém do politicamente correcto».

O tema veio a propósito de lhe ter perguntado como a Suécia tem lidado com a chegada e permanência de refugiados e imigrantes em massa nos últimos anos. Automaticamente, quase inconscientemente, baixou o tom de voz e respondeu que «é um problema real», tendo a situação chegado «ao ponto de não retorno». No seu entender, a principal causa do problema é a actual política sueca de imigração.

Dado que os nossos pontos de vista foram coincidindo ao longo da conversa, confessou-me sentir-se surpreendido por poder dizer o que pensa, a alguém vinte anos mais novo, sem receio de ser acusado de racismo, como é hoje hábito na Suécia e um pouco por toda a Europa.

Depois de nos despedirmos, fiquei a pensar como a ditadura do politicamente correcto está a inverter o princípio básico da democracia que impõe a vontade da maioria sobre a minoria.

O mundo ocidental – a Europa em particular – sempre esteve na vanguarda dos direitos, liberdades e garantias, muito pelo facto de ser a área do globo com mais tradição democrática. Infelizmente, é de lamentar que pela primeira vez esteja a retroceder em termos civilizacionais, ao ceder à vontade de minorias cujos valores atentam contra a liberdade do Homem e a igualdade e fraternidade entre os povos.

É caso para dizer que a geringonça político-portuguesa não só chegou à política europeia como à cultura (tradição) do Velho Continente, pois no quadro actual a soma das minorias condiciona a vontade da maioria.

Que Deus proteja os nossos filhos!

José Miguel Encarnação

jme888@gmail.com

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