INDONÉSIA E PAPUA NOVA GUINÉ EM COMUNHÃO NA RECEPÇÃO DO SANTO PADRE Francisco elogiou gentes de missão, «especialistas em beleza» Na segunda etapa da sua jornada apostólica à Ásia e Oceânia – depois de ter estado na Indonésia entre os dias 3 e 6 de Setembro –, o Papa Francisco agradeceu aos católicos da cidade de Vanimo, no Noroeste da Papua Nova Guiné, pela calorosa recepção e exortou-os a espalhar «a beleza do Evangelho de Cristo» e a apoiar as actividades missionárias em curso nessa nação insular do Pacífico. Antes, Francisco tivera uma reunião privada com um grupo de missionários na Holy Trinity Humanistic School, em Baro, povoação junto à fronteira com a parte indonésia da Papua, oficialmente designada de província de Irian Jaya. Fundada em 1964 pelos missionários Passionistas enquanto simples escola comunitária, a Holy Trinity Humanistic School conta hoje com mais de quatrocentos alunos, tanto do Ensino Primário como do Secundário. Sob apertadas medidas de segurança, milhares de católicos papuas deslocaram-se até Vanimo, juntando-se assim às mais de duas centenas de indonésios – irmãos na fé e etnia – que, munidos de uma autorização especial, puderam atravessar a fronteira para terem o privilégio de marcar presença nos eventos papais, pois, para desilusão de muitos católicos do arquipélago indonésio, a visita de Francisco (por óbvias questões logísticas e de calendário) limitou-se à capital do País. De salientar, nas próprias palavras das autoridades locais, “o bom comportamento dos fiéis”, sinal de eficiente colaboração entre as forças de segurança e a Igreja Católica. Foram cerca de duzentos os agentes de autoridade destacados para a cidade e arredores, tendo em vista a segurança do Santo Padre e da multidão que o aguardava e com fervor o ouviu e com ele rezou. Um funcionário do Governo indonésio aproveitou a ocasião para elogiar a Igreja Católica pelo esforço desenvolvido em «prol do bem-estar e sustento do povo de Irian Jaya», a província menos desenvolvida da Nação. O funcionário expressou a sua gratidão directamente aos padres e bispos que nessa região muito contribuíram para colmatar algumas das necessidades das pessoas, sobretudo ao nível do Ensino Básico, e que, através da sua acção social, ajudaram a melhorar o padrão de vida da população local. O indonésio realçou ainda – agora enquanto responsável da Fundação Asmat Progress and Development – o papel da Igreja Católica «na promoção em todo o mundo» da diversidade cultural da Indonésia, graças à edição de livros sobre os diferentes grupos étnicos papuanos, assim como a tradução para vários idiomas de manuscritos escritos ao longo dos séculos acerca daquela região. O termo “Asmat” é usado para referir tanto pessoas quanto a região onde habitam; região essa onde se encontra inserido o Parque Nacional de Lorentz, Património Mundial e a maior área protegida na região da Ásia-Pacífico. Os Asmat têm uma das tradições de escultura em madeira mais conhecidas do Pacífico, e a sua arte é procurada por coleccionadores de todo o mundo. Durante um discurso para milhares de pessoas (incluindo sacerdotes, religiosos e leigos) na Catedral da Santa Cruz em Vanimo, Francisco elogiou a beleza daquilo que a comunidade católica local está a fazer, garantindo aos seus constituintes que jamais serão deixados sozinhos. Lembrou que os missionários, incluindo os catequistas, precisam do apoio dos locais para poder realizar o seu trabalho, o que requer «conciliar as exigências da missão com as responsabilidades familiares». O evento foi transmitido ao vivo no YouTube pela EMTV, um canal de notícias de Papua Nova Guiné. Francisco discursou logo após o testemunho dado por Steven Abala, um catequista missionário leigo da paróquia de Santo Agostinho, Maka. Abala havia pedido a bênção e as orações de Francisco enquanto elencava questões pertinentes, como «o equilíbrio entre o trabalho missionário e a família» e a falta de disponibilidade de padres para assegurarem a viabilidade das estações missionárias mais remotas. Na sua homilia, o Pontífice evocou a chegada do Catolicismo à Papua Nova Guiné, destacando o papel dos Maristas e dos missionários do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME). «A missão aqui nunca cessou», disse ele. Homens e mulheres consagrados, catequistas e missionários leigos «jamais pararam de pregar a palavra de Deus e oferecer ajuda», fosse através do trabalho pastoral, da educação, da assistência médica e até de diversas outras maneiras. Um estudante, uma freira missionária e uma família deram os respectivos testemunhos de vida e fé, tendo o Papa elogiado «os esforços pioneiros de evangelização» e os missionários modernos que viajaram (e viajam ainda) longas distâncias em áreas remotas, com grandes dificuldades, para pregar o Evangelho. «Eles enfrentaram muitas dificuldades para serem um instrumento de paz e amor para todos», sublinhou Francisco, que considera os papuanos «especialistas em beleza», referindo-se certamente à magnífica terra onde vivem, abençoada com uma grande variedade de plantas e pássaros. No final, lembrou que os recursos naturais foram oferecidos por Deus aos papuanos para que eles possam viver unidos em harmonia com Ele e com os outros, respeitando a «casa comum» de todos. Joaquim Magalhães de Castro com agências

INDONÉSIA E PAPUA NOVA GUINÉ EM COMUNHÃO NA RECEPÇÃO DO SANTO PADRE

Francisco elogiou gentes de missão, «especialistas em beleza»

Na segunda etapa da sua jornada apostólica à Ásia e Oceânia – depois de ter estado na Indonésia entre os dias 3 e 6 de Setembro –, o Papa Francisco agradeceu aos católicos da cidade de Vanimo, no Noroeste da Papua Nova Guiné, pela calorosa recepção e exortou-os a espalhar «a beleza do Evangelho de Cristo» e a apoiar as actividades missionárias em curso nessa nação insular do Pacífico. Antes, Francisco tivera uma reunião privada com um grupo de missionários na Holy Trinity Humanistic School, em Baro, povoação junto à fronteira com a parte indonésia da Papua, oficialmente designada de província de Irian Jaya.

Fundada em 1964 pelos missionários Passionistas enquanto simples escola comunitária, a Holy Trinity Humanistic School conta hoje com mais de quatrocentos alunos, tanto do Ensino Primário como do Secundário.

Sob apertadas medidas de segurança, milhares de católicos papuas deslocaram-se até Vanimo, juntando-se assim às mais de duas centenas de indonésios – irmãos na fé e etnia – que, munidos de uma autorização especial, puderam atravessar a fronteira para terem o privilégio de marcar presença nos eventos papais, pois, para desilusão de muitos católicos do arquipélago indonésio, a visita de Francisco (por óbvias questões logísticas e de calendário) limitou-se à capital do País.

De salientar, nas próprias palavras das autoridades locais, “o bom comportamento dos fiéis”, sinal de eficiente colaboração entre as forças de segurança e a Igreja Católica. Foram cerca de duzentos os agentes de autoridade destacados para a cidade e arredores, tendo em vista a segurança do Santo Padre e da multidão que o aguardava e com fervor o ouviu e com ele rezou.

Um funcionário do Governo indonésio aproveitou a ocasião para elogiar a Igreja Católica pelo esforço desenvolvido em «prol do bem-estar e sustento do povo de Irian Jaya», a província menos desenvolvida da Nação. O funcionário expressou a sua gratidão directamente aos padres e bispos que nessa região muito contribuíram para colmatar algumas das necessidades das pessoas, sobretudo ao nível do Ensino Básico, e que, através da sua acção social, ajudaram a melhorar o padrão de vida da população local. O indonésio realçou ainda – agora enquanto responsável da Fundação Asmat Progress and Development – o papel da Igreja Católica «na promoção em todo o mundo» da diversidade cultural da Indonésia, graças à edição de livros sobre os diferentes grupos étnicos papuanos, assim como a tradução para vários idiomas de manuscritos escritos ao longo dos séculos acerca daquela região. O termo “Asmat” é usado para referir tanto pessoas quanto a região onde habitam; região essa onde se encontra inserido o Parque Nacional de Lorentz, Património Mundial e a maior área protegida na região da Ásia-Pacífico.

Os Asmat têm uma das tradições de escultura em madeira mais conhecidas do Pacífico, e a sua arte é procurada por coleccionadores de todo o mundo.

Durante um discurso para milhares de pessoas (incluindo sacerdotes, religiosos e leigos) na Catedral da Santa Cruz em Vanimo, Francisco elogiou a beleza daquilo que a comunidade católica local está a fazer, garantindo aos seus constituintes que jamais serão deixados sozinhos. Lembrou que os missionários, incluindo os catequistas, precisam do apoio dos locais para poder realizar o seu trabalho, o que requer «conciliar as exigências da missão com as responsabilidades familiares».

O evento foi transmitido ao vivo no YouTube pela EMTV, um canal de notícias de Papua Nova Guiné.

Francisco discursou logo após o testemunho dado por Steven Abala, um catequista missionário leigo da paróquia de Santo Agostinho, Maka. Abala havia pedido a bênção e as orações de Francisco enquanto elencava questões pertinentes, como «o equilíbrio entre o trabalho missionário e a família» e a falta de disponibilidade de padres para assegurarem a viabilidade das estações missionárias mais remotas.

Na sua homilia, o Pontífice evocou a chegada do Catolicismo à Papua Nova Guiné, destacando o papel dos Maristas e dos missionários do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME). «A missão aqui nunca cessou», disse ele. Homens e mulheres consagrados, catequistas e missionários leigos «jamais pararam de pregar a palavra de Deus e oferecer ajuda», fosse através do trabalho pastoral, da educação, da assistência médica e até de diversas outras maneiras.

Um estudante, uma freira missionária e uma família deram os respectivos testemunhos de vida e fé, tendo o Papa elogiado «os esforços pioneiros de evangelização» e os missionários modernos que viajaram (e viajam ainda) longas distâncias em áreas remotas, com grandes dificuldades, para pregar o Evangelho. «Eles enfrentaram muitas dificuldades para serem um instrumento de paz e amor para todos», sublinhou Francisco, que considera os papuanos «especialistas em beleza», referindo-se certamente à magnífica terra onde vivem, abençoada com uma grande variedade de plantas e pássaros.

No final, lembrou que os recursos naturais foram oferecidos por Deus aos papuanos para que eles possam viver unidos em harmonia com Ele e com os outros, respeitando a «casa comum» de todos.

Joaquim Magalhães de Castro com agências

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