Evaristo, Alexandre I, Sisto I

GUARDIÕES DAS CHAVES – 8

Ajustar a liturgia: Evaristo, Alexandre I, Sisto I

SANTO EVARISTO (96/99 – 108)

O Liber Pontificalis refere que Evaristo era, “por nacionalidade, um grego de Antioquia, filho de um judeu chamado Judá, da cidade de Belém”.

Memmo Caporilli, na sua carta dos Pontífices Romanos, diz que Evaristo foi o fundador dos primeiros sete diaconatos em Roma, que foram confiados a sacerdotes seniores. A estes era atribuída a tarefa de vigiar a correcção doutrinal das pregações do Bispo! Pensa-se que este grupo de sete padres está na origem do actual Colégio dos Cardeais. Como eram cuidadosos os pastores da Igreja primitiva para se certificarem de que estavam a ensinar a doutrina de Cristo e não a sua própria doutrina!

Evaristo decretou que “de acordo com a tradição apostólica, o matrimónio deveria ser celebrado publicamente e com a bênção do sacerdote” (Sullivan, Reverendo John F. 1918. “The Externals of the Catholic Church”. Aeterna Press).

O Liber Pontificalis relata que Evaristus (Evaristo) foi “coroado com o martírio” e “também foi enterrado perto do corpo do abençoado Pedro no Vaticano, em 27 de Outubro”.

SANTO ALEXANDRE I (108/109 – 116/119)

O Liber Pontificalis diz que Alexandre era de nacionalidade romana. Segundo Caporilli, foi o Papa Alexandre I que instituiu o uso da água benta nas igrejas e nas casas. Quanto à Eucaristia, Caporilli diz também que o mesmo Papa prescreveu que as hóstias a consagrar fossem feitas de pão ázimo.

O Liber Pontificalis acrescenta que Alexandre I “introduziu a paixão do Senhor nas palavras do sacerdote na celebração da missa”. Esta é a frase que começa: “Qui pridie quam pateretur…” (“Na véspera de sofrer”) no Cânone Romano (Oração Eucarística 1). Este facto é, no entanto, contestado por alguns autores.

Acredita-se que tenha iniciado a bênção da água da aspersão e do sal nas habitações do povo, mas também este facto é contestado.

Conta-se que no tempo do Imperador Adriano, Alexandre I conseguiu converter, por milagre, o governador romano Hermes, juntamente com mil e 500 pessoas de toda a sua “casa” (cf. Borrelli, Antonio. “San Quirino su santiebeati.it”).

Foi decapitado, juntamente com o sacerdote Evêncio e o diácono Teódulo, na Via Nomentana, a cerca de sete quilómetros de Roma.

SÃO SISTO I (117/119 – 126/128)

O Papa Sisto continuou a fazer ajustes finos na liturgia, para salvaguardar a sacralidade dos vasos do altar e de outros objectos. Decretou que o corporal sobre o qual a hóstia era consagrada devia ser feito de linho (Caporilli, “Os Pontífices Romanos”) e que “os vasos consagrados não deviam ser tocados excepto pelo clero ministrante” (Liber Pontificalis). Mesmo na Igreja primitiva havia o cuidado de assegurar que as coisas sagradas fossem tratadas com grande reverência e respeito.

Ordenou que no fim do prefácio o sacerdote e o povo entoassem o hino “Sanctus, sanctus, sanctus, dominus deus Sabbaoth…” (“Santo, santo, santo Senhor, Deus dos exércitos”). Esta oração, tal como o “Sursum corda” (“Levantai os vossos corações”) e as palavras iniciais do prefácio “Vere dignum” (“É verdadeiramente justo”), estão incluídas em todas as liturgias que chegaram até nós. Talvez tenham sido usadas já no tempo do Papa Sisto. (cf. Duchesne, pág. 128, n.º 5).

O Papa Sisto também foi martirizado e sepultado junto aos restos mortais de São Pedro na colina do Vaticano. Alguns autores afirmam que as mesmas relíquias foram posteriormente transferidas para outro local.

Pe. José Mario Mandía

LEGENDA: Papa Alexandre I

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