Para não mais cometer os mesmos erros
O Papa assinalou, no passado dia 27 de Janeiro, o Dia Internacional das Vítimas do Holocausto, no final da oração do Ângelus a que presidiu numa instituição de caridade do Panamá, e pediu que se aprenda com as lições da História.
«Precisamos de manter viva a memória do passado, da tragédia passada e aprender com as páginas escuras da História para nunca mais cometer os mesmos erros. Vamos continuar a esforçar-nos, sem cessar, para cultivar a justiça, aumentar a concórdia e sustentar a integração, para sermos instrumentos de paz e construtores de um mundo melhor», disse Francisco.
A jornada evoca o aniversário da abertura dos portões do campo de concentração de Auschwitz em 27 de Janeiro de 1945.
…e falou de outro drama: o aborto
No voo de regresso a Roma, desde o Panamá, onde presidiu à Jornada Mundial da Juventude, o Papa defendeu uma atitude de misericórdia perante quem procura a ajuda da Igreja Católica após um aborto, falando num «drama» para as mulheres.
«Para perceber bem o drama do aborto, é preciso estar no confessionário. É terrível», referiu aos jornalistas.
Em Novembro de 2016, o Santo Padre anunciou a decisão de alargar definitivamente a faculdade de absolvição de quem praticou o aborto a todos os sacerdotes, deixando de ser necessária a confissão ao bispo (ou os padres a quem o bispo desse essa faculdade) para a remissão da pena.
«O problema não é dar o perdão, o problema é acompanhar a mulher que tomou consciência do aborto. São dramas terríveis», observou.
«Muitas vezes, quando choram e têm esta angústia, aconselho-as: “O teu filho está no Céu, fala com ele, canta-lhe a canção de embalar que não pudeste cantar”. Aí encontramos um caminho de reconciliação da mãe com o filho. Com Deus já está, o perdão, Deus perdoa sempre», revelou.
Francisco sublinhou que a mensagem da misericórdia é «para todos, inclusive para quem está em gestação», referindo que já se encontrou com mulheres arrependidas de terem abortado: «Uma mulher, quando pensa naquilo que fez… Para dizer a verdade, é preciso estar no confessionário. E aí devemos consolar e não castigar, nada disso. Por isso, abri a possibilidade da absolvição do aborto, por misericórdia».
Questionado sobre uma alegada oposição da Igreja Católica à educação sexual nas escolas, o Papa respondeu que é apenas contrário à «colonização ideológica», nesta matéria: «O sexo, como dom de Deus, precisa de educação», para que se possa «tirar o melhor da pessoa».
Francisco admitiu que algumas famílias «não sabem como fazer», pelo que a escola acabar por «suprir» essa falha. «Caso contrário, fica um vazio que vai ser preenchido por uma qualquer ideologia», concluiu.
In ECCLESIA