PAPA SAÚDA IGREJAS DO ORIENTE PELA CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
O Papa saudou, no passado Domingo, as Igrejas do Oriente que nesse dia celebraram a Páscoa, seguindo o antigo Calendário Juliano, convidando a um anúncio conjunto da Ressurreição de Jesus, em «tempos de provação».
«Sentimos como é um grande dom a esperança que nasce do ser ressuscitados com Cristo! Em particular, alegro-me com as comunidades católicas orientais que, por motivos ecuménicos, celebram a Páscoa juntamente com as ortodoxas», declarou, após a missa a que presidiu na igreja do Espírito Santo em Sassia, junto à Praça de São Pedro.
«Que esta fraternidade seja um conforto onde os cristãos são uma minoria», acrescentou.
Na mesma ocasião, o Papa assinalou o 20.º aniversário da instituição do Domingo da Divina Misericórdia, por São João Paulo II.
«Com alegria pascal, dirijamo-nos à Virgem Maria, Mãe de Misericórdia», pediu, no final da celebração, antes da recitação da oração do “Regina Caeli” (que no tempo litúrgico da Páscoa substitui o Ângelus).
QUE NINGUÉM FIQUE PARA TRÁS
«A misericórdia não abandona quem fica para trás. Agora, enquanto pensamos numa recuperação lenta e trabalhosa da pandemia, é precisamente este perigo que se insinua: esquecer quem ficou para trás. O risco é que nos atinja um vírus ainda pior: o do egoísmo indiferente», disse na homilia do passado Domingo.
O Pontífice desejou que a actual crise possa “mexer” com todos: «É tempo de remover as desigualdades, sanar a injustiça que mina pela raiz a saúde da humanidade inteira».
Francisco, que saiu do Vaticano pela segunda vez desde o início das medidas de isolamento social, sublinhou que «Deus não se cansa de estender-nos a mão para nos levantar das nossas quedas. Quer que o vejamos assim: não como um patrão, com quem temos de ajustar contas, mas como o nosso papá, que nos levanta sempre».
O Papa Francisco apresentou uma reflexão sobre a incredulidade do apóstolo Tomé, perante o anúncio da Ressurreição de Jesus, e afirmou que, neste momento de pandemia, todos têm «medos e dúvidas», reconhecendo-se «frágeis».
«Precisamos do Senhor, que, mais além das nossas fragilidades, vê em nós uma beleza indelével. Com Ele, descobrimo-nos preciosos nas nossas fragilidades. Descobrimos que somos como belíssimos cristais, simultaneamente frágeis e preciosos», referiu.