Fórmula 1 – Época de 2018

Ferrari tenta consolidar liderança na casa de Hamilton

Três corridas em três fins-de-semana seguidos… Sem dúvida, algo novo, nunca antes visto na Fórmula 1. A novidade foi aceite por quase todos – equipas, pilotos e pessoal de apoio. Poucas foram as vozes descontentes com esta inovação, mas no fundo nem tudo são rosas e sorrisos. Transportar o Grande Circo pelas estradas da Europa é uma tarefa gigantesca. Da Riviera Francesa (Paul Ricard) para as montanhas da Áustria (Red Bull Ring) e agora para Inglaterra (Silverstone), sem qualquer intervalo, não é simples. O Grande Prémio da Áustria, disputado no passado fim de semana, no circuito da Red Bull – considerado um dos mais belo do mundo, está situado na cidade de Spielberg, na base das montanhas do Estado de Estiria – é uma versão reduzida do antigo “Osterreichring” (literalmente, “Circuito da Áustria”), onde a prova austríaca foi realizada entre 1970 e 1980.

O Red Bull Ring é o quarto traçado mais curto da Fórmula 1 (depois do Mónaco – Monte Carlo, México – Cidade do México e Brasil – Interlagos), sendo o único pensado para corridas de automóveis com apenas dez curvas. Essencialmente, tem quatro rectas ligadas por quatro curvas apertadas, que são do agrado de todos os pilotos, ou não chegassem a rodar acima dos trezentos quilómetros por hora.

Este ano o evento foi recheado de surpresas e incidentes. Desde dois motores (Renault e Red Bull Renault) que explodiram à boa e espectacular moda antiga, até à falha dos dois carros da Mercedes – algo que não se via desde que Michael Schumacher foi piloto da marca alemã – houve de tudo um pouco.

Max Verstappen, sem qualquer erro de maior, venceu (e bem!) a corrida do passado Domingo, tendo sido obrigado a gerir com cuidado a degradação acentuada dos pneus e do motor. Aliás, o motor do Red Bull foi alterado com recurso à electrónica por forma a suportar menos esforço e poder terminar a corrida. Quando a Ferrari se apercebeu da situação em que se encontrava o carro de Verstappen, deu ordem para que Kimi Raikkonen atacasse o piloto holandês, que apenas conseguiu manter uma escassa vantagem de pouco mais de um segundo e meio em relação ao Ferrari nº 7.

A Scuderia de Maranello acabou por ser a mais beneficiada com as avarias do Red Bull de Daniel Ricciardo e dos Mercedes de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, tendo passado pela bandeira de xadrez no segundo e terceiro lugares. Pelo menos até ao final do próximo fim-de-semana que se aproxima, a Ferrari lidera a classificação do Campeonato do Mundo de Construtores com mais dez pontos do que a Mercedes (247 contra 237 pontos).

Finalmente, a Haas Racing conseguiu que os seus dois carros terminassem pela primeira vez este ano a mesma corrida. Romain Grosjean amealhou os primeiros (12) pontos, ao terminar no quarto lugar, enquanto Kevin Magnussen ficou logo atrás, no quinto posto da classificação.

Os dois Sauber, rebaptizados de Alfa Romeo e com motores cedidos pela Ferrari, ocuparam os dois últimos lugares pontuáveis. Charles Leclerc tem vindo a revelar qualidades que se assemelham ao prodígio Schumi. Ainda sem ter concluído uma única temporada de Fórmula 1 – realizou a sua oitava corrida nesta categoria – o jovem monegasco (da academia Ferrari) tem mostrado rapidamente o seu valor como piloto de Fórmula 1. Já se ouvem rumores de que poderá vir a substituir Kimi Raikkonen, cujo contrato com a Ferrari termina no final da temporada. Confrontado com esta possibilidade, Leclerc não quis comentar.

E voamos agora até ao Reino Unido, mais propriamente a Inglaterra, ao Circuito de Silverstone. Foi aqui que a 3 de Maio de 1950 nasceu a Fórmula 1. Os carros já existiam desde antes da Segunda Guerra Mundial e as corridas tinham lugar um pouco por toda a Europa, com os chamados “carros de grande prémio”. De seis corridas no primeiro ano para as actuais 21, foram 68 anos a melhorar.

O autódromo de Silverstone foi construído num aeroporto quase abandonado, no qual se procedeu a algumas alterações. Foram ligadas as finais das pistas de aterragem dos aviões e asfaltada a parte do trajecto escolhido que – diga-se – era bastante diferente do actual. Desde então foram efectuadas muitas alterações, a última das quais em 2010 com o objectivo de melhorar as condições da pista, das bancadas e das instalações para o público. Das seis provas disputadas em 1950, Silverstone, Monza e Mónaco são os únicos circuitos ainda em uso.

A Mercedes espera conseguir reparar os danos nos dois motores utilizados na Áustria e assim escapar às sempre temidas penalizações. A Force India (mesmo com a saída de Mallya Vijay da presidência da empresa e desta contar com novos accionistas, continua desde há dois anos com o mesmo nome) espera melhoramentos para poder lutar pelos lugares da frente e não apenas do meio do pelotão.

A Renault tem a tarefa de descobrir por que razão os seus dois motores explodiram no passado Domingo. Se bem que os motores da Red Bull sejam afinados “em casa”, são produzidos pela marca francesa. A explosão do motor do Renault de Nico Hulkenberg fez-nos lembrar os velhos turbos dos anos 70, que explodiam e ardiam de forma espectacular… e faziam as delícias dos fotógrafos.

A agenda para o Grande Prémio do Reino Unido está assim escalonada (horário de Macau): Treinos livres 1, hoje, 17 horas – 18 horas e 30; treinos livres 2, hoje, 21 horas – 22 horas e 30; treinos livres 3, sábado, 18 horas – 19 horas. Provas de qualificação: Sábado, 21 horas – 22 horas. Corrida: Domingo, 21 horas

e 10.

Manuel dos Santos

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *