Serão verdadeiras todas as religiões?
«– Eu sou daqueles que pensam que todas as religiões são verdadeiras. Pondo de parte algumas degenerações fanáticas, todas levam o homem a fazer o bem, promovem sentimentos positivos e satisfazem a necessidade de transcendência que temos dentro de nós».
«– No fundo, acaba por ser a mesma coisa escolher uma religião ou outra. Viva a liberdade!».
«– Quem sou eu para impor a minha religião aos outros?».
«– Que cada um escolha a sua religião. Que cada um escolha aquela que melhor se adapta ao seu modo de ser. Esta é a minha opinião e não acredito que esteja errada. Sobretudo, acho que é a única que pode ser considerada verdadeiramente tolerante».
«– Quem acredita que a sua religião é a verdadeira acaba por ser algo fanático. E com pessoas fanáticas não é possível dialogar».
É verdade que todas as religiões, se o são realmente, possuem algo de positivo. No entanto, não é a mesma coisa afirmar que todas as religiões são verdadeiras.
Não é sério dizer que podem ser verdadeiras, ao mesmo tempo, religiões que afirmam coisas diferentes e contraditórias.
Assim como não é sério dizer que dois mais dois são aquilo que mais estiver de acordo com os sentimentos de cada um. A resposta é só uma. Não somos nós que a inventamos. A nós compete-nos somente descobri-la.
Se só existe um Deus, não pode haver mais do que uma verdade sobre Ele.
E a descoberta do caminho para chegar a Deus é a mais importante da nossa vida – dela depende a nossa eternidade.
Viver de acordo com uma religião não está ao mesmo nível que escolher um produto num supermercado. Não tem a mesma importância que seleccionar a cor de um automóvel que pretendemos comprar.
Uma pessoa não vive de acordo com uma religião porque isso lhe dê uma grande satisfação ou porque a faça sentir-se em harmonia com o Universo. Nem porque lhe permita emitir suspiros mais ou menos celestiais.
Uma pessoa vive de acordo com uma religião porque acredita que é o seu caminho para chegar a Deus. O seu caminho para que a sua vida tenha sentido e não termine apenas no cemitério.
Pelo contrário, para todos aqueles que se contentam com ficar por lá, não é necessário procurar nenhuma religião. Nem é necessário ter a “dor de cabeça” de tentar encontrar a verdadeira.
Para os cristãos, esse caminho para chegar a Deus tem um nome: Jesus Cristo.
Ele não é somente um homem especial – é Deus feito homem. Deus que se fez homem e morreu na Cruz para nos salvar.
Não foram os cristãos que inventaram a Cruz, por ela estar mais de acordo com os seus sentimentos. Foi Deus que escolheu esse modo concreto de nos salvar. Um modo que revela o seu infinito amor por nós e nos pede uma resposta.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
Doutor em Teologia