EUTANÁSIA EM PORTUGAL

EUTANÁSIA EM PORTUGAL

Patriarca de Lisboa reforça oposição à legalização

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, reforçou esta semana, em Fátima, a oposição da Igreja Católica às propostas de legalização da eutanásia, citando responsáveis médicos, religiosos e da sociedade civil que partilham esta visão.

«No actual momento sócio-político português, estas posições tão unânimes não podem deixar de ser tidas em conta por legisladores e cidadãos em geral», declarou o cardeal patriarca de Lisboa, na abertura da Assembleia Plenária da CEP, que decorreu até ontem em Fátima.

O responsável sublinhou a «redobrada atenção» que a Igreja e a sociedade devem prestar «à defesa e promoção da vida, da concepção à morte natural, em especial em relação à eutanásia».

A intervenção do cardeal citou a Nota Pastoral “Eutanásia: o que está em jogo? Contributos para um diálogo sereno e humanizador”, de 2016, na qual os bispos católicos afirmam que “nunca é absolutamente seguro que se respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia”.

D. Manuel Clemente sustentou que a resposta às situações difíceis «só pode e deve ser o desenvolvimento e a generalização desses cuidados, dentro duma sociedade e dum Estado que se tornem também paliativos, isto é, envolventes e cuidadores de cada pessoa, em especial das mais debilitadas», tendo na mesma ocasião acrescentado que «este é o único caminho realmente humano e humanizador que devemos seguir e onde há muito para andar».

O cardeal patriarca de Lisboa evocou a “Caminhada pela Vida” que decorreu a 26 de Outubro, em cinco cidades portuguesas, numa manifestação da sociedade civil «em favor da salvaguarda e promoção da vida e contra a legalização da eutanásia. Manifestação que se tem repetido ano após ano, num crescendo de participação, mesmo que escassamente divulgada pelos media».

O presidente da CEP recordou ainda a posição assumida pelo Papa Francisco, num encontro com médicos italianos, a 20 de Setembro, alertando para a «tentação – também traduzida por alterações legislativas – de utilizar a medicina para apoiar uma eventual vontade que o doente tenha de morrer, prestando assistência ao suicídio ou causando directamente a sua morte mediante a eutanásia».

«Estas posições do magistério católico juntam-se a outras provenientes do campo ecuménico e inter-religioso. Assim se pronunciaram entre nós as várias confissões religiosas aquando do último debate parlamentar sobre o tema», acentuou D. Manuel Clemente.

Recentemente, responsáveis católicos, judeus e muçulmanos assinaram no Vaticano uma declaração conjunta, na qual consideram que “a eutanásia e o suicídio assistido são moral e intrinsecamente errados e deveriam ser proibidos sem excepção”.

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