Duas Perguntas

O cadáver de Cristo? O braço de Cristo?

Falámos na última semana de um Deus numa Trindade una. Uma dessas três Pessoas tornou-se homem de facto. Nasceu entre nós, com um corpo e alma humana, uma mente humana, uma vontade humana e um coração humano.

Essa Pessoa foi (e ainda É) Jesus Cristo.

Mas ele não se tornou apenas Homem. Ele tornou-se em si próprio alimento para a nossa alma, um alimento sem o qual não podemos viver.

Ainda no último Domingo celebrámos essa verdade da nossa Fé, durante a Festa do Corpus Christi (“Corpo de Cristo”) ou do Corpus Domini (“Corpo do Senhor”). São Paulo escreveu aos Coríntios: «A taça do Santíssimo que nós veneramos não é a participação no Sangue de Cristo? E não é o pão que partimos a participação no Corpo de Cristo? (I Coríntios 10:16)»

Hoje desejo apenas responder a duas perguntas que as pessoas me fazem, com respeito à mais sagrada de todos as Santas Ofertas.

A primeira pergunta: porque é que a Igreja, durante tantos séculos, deu a Comunhão em uma única forma (a Hóstia Sagrada = Corpo de Cristo), e não duas formas (o Corpo e o Sangue). E a segunda: porque se discute tanto sobre a forma correcta de recebermos a Eucaristia.

1– Porque é que recebemos o Corpo e não o Sangue? Bem, deixem-me perguntar-vos: quando o padre distribui a Comunhão o que ele diz? “O Corpo de Cristo!”. A questão que se põe: É “O Corpo de Cristo” um corpo vivo, ou um cadáver? Eu penso que é um corpo vivo, porque de outra forma o padre deveria dizer “A carcaça de Cristo” ou “O cadáver de Cristo”. E como se sentiriam ao comer um cadáver? Assim, se é um corpo Vivo e não um cadáver, então tem que ter sangue. Não?

O “Corpo de Cristo” não é apenas o Corpo de Cristo, mas também o Seu Sangue, a Sua Alma, o Seu intelecto, o Seu Coração, e mais a Sua Natureza Divina. É Jesus a 100%. Verifiquem o número 282 do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, e os números 1373 a 1375 do Catecismo.

2– Porque se discute tanto sobre a forma correcta de receber a Comunhão? Vejam o que o Compêndio nos ensina. Ele pergunta-nos: “O partir do pão divide Jesus em pedaços?” E responde: “O partir do pão não divide Cristo em bocados. Ele está presente todo inteiro em cada uma das espécies eucarísticas e em cada uma das suas partes” (Compêndio do Catecismo 284). Nunca vos aconteceu que durante a Comunhão o padre verifique que não tem hóstias consagradas suficientes para distribuir a todos os fiéis? E, neste caso, o que ele faz? Ele divide as hóstias em partes mais pequenas. Mas ao distribuir as hóstias partidas será que ele diz, por exemplo, “O braço de Cristo?”, ou “O pé de Cristo?” Não! Ele insiste em dizer: “O Corpo de Cristo”. Jesus Cristo meu Senhor e Salvador, meu Criador e Redentor… e sendo assim como é que me deverei comportar? Deverei considerar a hóstia consagrada como um porco assado ou um punhado de batatas fritas? Ou talvez, eu pecador e pobre miserável que sou, deva antes cair de joelhos?

Pe. José Mario Mandía

jmomandia@gmail.com

(Tradução: António R. Martins)

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