Domingo de Ramos

Papa denuncia certos interesses

O Papa denunciou no Vaticano os «interesses» por trás da exploração humana, das guerras e do terrorismo, ao dar início às celebrações da Semana Santa, com a cerimónia do Domingo de Ramos, no passado dia 9 de Abril.

«[Jesus] Está presente em muitos dos nossos irmãos e irmãs que hoje, sim hoje, padecem tribulações como Ele: sofrem com um trabalho escravo, sofrem com os dramas familiares, as doenças, sofrem por causa das guerras e do terrorismo, por causa dos interesses que se movem por trás das armas que não cessam de matar», disse na homilia da missa a que presidiu, diante de dezenas de milhares de pessoas.

No final da cerimónia, o Papa evocou as vítimas do recente atentado terrorista em Estocolmo e todos os que são «duramente» provados pela guerra, que considerou um «desastre da humanidade».

Após ter abençoado os ramos de palma e de oliveira, junto ao obelisco central da praça, Francisco seguiu para o altar diante da Basílica de São Pedro, onde evocou «homens e mulheres enganados, violados na sua dignidade, descartados».

«Jesus está neles, em cada um deles», realçou, pedindo que os católicos não se limitem a olhar para «quadros, fotografias ou vídeos que circulam na Internet» sobre a Paixão de Cristo.

O Papa explicou aos participantes na celebração que o Domingo de Ramos é um dia «doce e amargo», porque recorda o «júbilo» da entrada de Jesus em Jerusalém e proclama, ao mesmo tempo, os sofrimentos da sua morte.

«Este Jesus, cuja entrada na Cidade Santa estava prevista precisamente assim nas Escrituras, não é um iludido que apregoa ilusões, um profeta “new age”, um vendedor de banha da cobra. Longe disso! É um messias bem definido, com a fisionomia concreta do servo, o servo de Deus e do homem que caminha para a paixão; é o grande sofredor da dor humana», acrescentou.

A intervenção deixou aos católicos o desafio de meditar nos «sofrimentos» de Jesus, que estão no centro da Semana Santa: «Pensemos nas calúnias, nos ultrajes, nas ciladas, nas traições, no abandono, no julgamento iníquo, nas bastonadas, na flagelação, na coroa de espinhos e, por fim, na Via-Sacra até à crucifixão».

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