DIA MUNDIAL DA CRIANÇA (1 DE JUNHO)

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA (1 DE JUNHO)

Discretos e delicados, como os mais novos

“Discrição é… delicadeza. – Não sentes certa inquietação, um mal-estar íntimo, quando os assuntos – nobres ou correntes – da tua família, saem do calor do lar para a indiferença ou para a curiosidade da praça pública?” (Ponto 642, do “Caminho” de São Josemaría Escrivá).

Quando comecei a receber formação espiritual no Opus Dei em 2014, pensava eu que já sabia o que era a santidade. Já tinha estudado Teologia, já tinha feito imenso apostolado juvenil, já tinha frequentado congressos e campos de férias noutros países. Pensava que a santidade, fazer o bem, amar as pessoas, tudo consistia em usar t-shirts com mensagens positivas, ser muito simpático e sorridente para todos, e haver muitas pessoas a dizer bem de ti.

Tive duas surpresas quando comecei a frequentar os meios de formação do Opus Dei e a conviver com outros membros. A primeira, que não era tão santa como pensava. Até pelo contrário, com o passar do tempo, cada vez descobri mais aspectos em mim para melhorar.

A segunda era que fazer o bem e amar as pessoas (também conhecido como santidade) era algo muito mais subtil, escondido e até menosprezado do que eu imaginava.

Lembro-me da atitude de uma professora, quando uma aluna adulta lhe disse que estava enganada. Nunca tinha ouvido uma resposta dada com tanta calma, humildade e dignidade ao mesmo tempo. Ela não se defendeu, ouviu sem se ofender, mas também não se rebaixou nem ficou insegura.

Lembro-me do testemunho da minha médica, também membro do Opus Dei, que é altamente competente em termos técnicos e humanos, que nos ajudou de uma forma incrível e personalizada, embora isso não conste do seu currículo. Por vezes, as secretárias criticavam-na, que se atrasava nas consultas ou não chegava a tempo. Mas ela entrava e saía com a maior discrição e, sim, delicadeza, respondendo amavelmente a todos, mesmo que fossem altivos com ela.

Lembro-me de tantos exemplos de não responder ao mal com o mal, mesmo que seja só por palavras. Actos de coragem que nos fazem arriscar a vida, como ter filhos em condições difíceis, superar uma doença ou viver a morte de entes queridos com um olhar sobrenatural.

Nunca tinha conhecido pessoas que faziam coisas tão boas, tão competentes e generosas, mas sem as ostentar nem sequer as revelar. «Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa» (Mateus 6,2). Só tinha conhecido (como eu era) o género de pessoas que se gabavam a si próprias, que falavam mal dos outros e de todos os que faziam mal no mundo, mas deles próprios só havia coisas boas a dizer.

“Como é fecundo o silêncio! – Todas as energias que perdes, com as tuas faltas de discrição, são energias que subtrais à eficácia do teu trabalho. – Sê discreto” (Ponto 645, do “Caminho” de São Josemaría Escrivá).

Professora

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