COVID-19: MÚSICA E ESPERANÇA CONTRA A ADVERSIDADE

COVID-19: MÚSICA E ESPERANÇA CONTRA A ADVERSIDADE

Claretianos apresentam curta-metragem

«Uma resposta extraordinária a uma situação extraordinária». É desta forma que o padre Jijo Kandamkhulaty, director da subsidiária de Macau das Publicações Claretianas, descreve a primeira curta-metragem audiovisual produzida pela Delegação dos Missionários Claretianos na Ásia Oriental.

O projecto “União – Ligados pela Adversidade”, um videoclip de um tema musical que se prefigura como uma mensagem de esperança face às adversidades decorrentes do Covid-19, foi desenvolvido em estreita colaboração com as dioceses de Macau e Hong Kong.

Interpretado por Carl Chung, o tema musical conta com a participação de mais de cinquenta músicos de Hong Kong, segundo o padre Kandamkhulaty, o grande mentor do projecto. «O padre Anthony Chan, vigário-geral da diocese de Hong Kong, veio em meu socorro e apresentou-me o compositor Anthony Cheng. Eu introduzi, em Inglês, as linhas gerais daquilo que gostava de ver abordado na música e ele contactou o letrista Vansie Kuok, que incorporou na perfeição as ideias que tínhamos discutido», explicou o sacerdote, em declarações a’O CLARIM.

A ideia de produzir uma música original que pudesse impulsionar a moral dos residentes das duas Regiões Administrativas Especiais foi bem acolhida tanto em Macau, como do outro lado do Rio das Pérolas. O projecto – que contou com a colaboração de mais de cinquenta alunos da Good Hope School, uma das mais prestigiadas academias de música de Hong Kong – mobilizou algumas das principais figuras da Igreja Católica na antiga colónia britânica. «Os nossos planos iniciais passavam por produzir um vídeo que juntasse os bispos, alguns sacerdotes e irmãs das dioceses de Hong Kong e Macau. Uma vez que as restrições de viagem se mantiveram, alterámos os planos e decidimos produzir vídeos em Hong Kong e em Macau. Na versão de Hong Kong, participam o cardeal D. John Tong, o bispo Joseph Ha e alguns padres e religiosas», ilustrou o padre Jijo Kandamkhulaty. «No caso da versão de Macau, acrescentámos uma pequena dramatização, numa mensagem paralela à canção. Estudantes da Escola das Nações e membros do Centro de Formação Juvenil Dom Bosco participaram na produção do vídeo. No projecto participou também o senhor Francisco Liu, director do Cineteatro e do Centro Diocesano dos Meios de Comunicação Social, que foi quem transformou num vídeo o esboço do guião que eu delineei, graças aos seus conhecimentos videográficos», acrescentou.

Homem de cultura e com uma forte ligação à música, o padre Jijo Kamdamkhulaty foi, ao longo dos últimos anos, um dos principais impulsionadores da Cantata Macau, um certame que trouxe à RAEM durante quatro anos consecutivos alguns dos melhores agrupamentos corais do continente asiático. Em 2020 o festival não se realizou devido ao Covid-19 e a edição deste ano deve seguir pelo mesmo caminho. «No ano passado, reunimos os coros numa versão “online” do certame, aberta apenas aos participantes. Este ano, uma vez mais, o mais certo é que não consigamos organizar o festival. A música é boa, mas é apenas entretenimento. Os Governos, as instituições e os indivíduos devem estar focados na subsistência das pessoas. Os festivais de música podem esperar. Terão que esperar por mais um ano», concluiu o missionário clareatiano.

Marco Carvalho

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