Maximum Illud faz cem anos
O que foi a Maximum Illud e por que razão nos devemos importar? Foi a esta questão que o diácono Stephen Morgan se propôs dar resposta na noite da passada terça-feira, no Seminário de São José. O director da Faculdade de Estudos Religiosos da USJ foi o responsável pela primeira da sete palestras com que a escola de Teologia da universidade católica do território está a assinalar o centésimo aniversário da promulgação da carta apostólica Maximum Illud.
No documento, o então Sumo Pontífice exortava a uma mudança de paradigma no que toca aos pressupostos da missionação. Bento XV instava a que a actividade missionária da Igreja Católica fosse conduzida por missionários das mesmas nações e culturas dos povos alvo de evangelização, num repto que suscitou a resistência de alguns, mas que foi bem recebido por muitos.
Cem anos depois, a carta apostólica mantém o estatuto de pedra angular da Igreja moderna. No final do ano passado, o Papa Francisco pediu às dioceses de todo o mundo que assinalassem a efeméride com a circunstância que lhe é devida.
Ciente do repto lançado pelo Santo Padre, a Faculdade de Estudos Religiosos da Universidade de São José decidiu assinalar os cem anos da promulgação da carta apostólica Maximum Illud com a dinamização de uma série de palestras em que alguns dos mais eminentes teólogos do território abordam aspectos como a história, a dimensão teológica e o impacto dos ensinamentos que estão inerentes ao documento assinado há um século por Bento XV.
Depois de Stephen Morgan ter explicado porque razão o cerne da mensagem da Maximum Illud se mantém importante cem anos depois, no final de Abril é a vez de Arnold Monera, director emérito da Faculdade, discorrer sobre a relação entre o princípio “missio ad gentes” e o Evangelho de São Mateus.
Um mês depois, no final de Maio, o padre João Eleutério, da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, regressa ao território para abordar o conceito de Catolicidade da Igreja ao abrigo dos ensinamentos inerentes à carta apostólica.
Em Junho é a vez de Edmond Eh, professor da Faculdade de Estudos Religiosos, falar sobre o impacto da Maximum Illud na perspectiva da cultura chinesa, naquela que é a última palestra prevista antes do encerramento do corrente ano lectivo.
Em Outubro, Franz Gassner, missionário do Verbo Divino, irá referir as dificuldades sentidas por diferentes congregações religiosas na abertura dos primeiros seminários indígenas, antes do padre Cyril Law focar o mesmo tema, ainda que na perspectiva concreta da resistência ao trabalho de inculturação conduzido por missionários na China.
A série de palestras encerra a 11 de Dezembro, com uma intervenção do padre Peter Stilwell. O reitor da Universidade de São José vai abordar o papel da universidade católica na afirmação do princípio “missio ad gentes” no continente asiático.
Marco Carvalho