Chamada para a Grandiosidade (17)

Aprender a esperar

Um homem observava uma senhora que fazia compras num supermercado com uma menina de três anos sentada no seu carrinho de compras. Quando passaram pela secção dos biscoitos e bolachas a menina pediu biscoitos à mãe e ela respondeu que não. A menina começou imediatamente a fazer barulho e a lamentar-se violentamente.

A mãe, calmamente disse: «Agora, Mónica, já só temos metade das galerias para passarmos; não te preocupes, já falta pouco».

Logo a seguir chegaram à galeria dos doces e rebuçados e a menina começou a gritar, pedindo um doce. E quando a mãe respondeu que não lhe podia dar começou a chorar.

A mãe atirou: «Ali, ali, Mónica, apenas mais duas galerias e acabamos. Depois iremos pagar na caixa».

Quando chegaram ao balcão da caixa a menina começou de imediato a pedir, aos gritos, para que a mãe lhe desse uma pastilha elástica e desatou numa terrível birra quando se percebeu que a mãe também não a iria comprar.

Pacientemente a mãe disse: «Mónica, vamos passar a caixa dentro de cinco minutos e depois poderemos voltar para casa e ter uma agradável sesta».

O homem seguiu-as até ao estacionamento e dirigiu-se à senhora para a cumprimentar. «Não pude deixar de reparar quão paciente a senhora foi para com a pequena Mónica», referiu.

A mãe riu e respondeu: «a Mónica sou eu! O nome da minha menina é Tamy».

Ao longo das nossas vidas temos que aprender muitas coisas e uma delas é a sermos pacientes. E qual a real importância disso? Jesus disse: «Pela vossa paciência vós ganhareis as vossas almas (Lucas 21:19)».

Cada um de nós precisa de aprender a ser paciente. Uma esposa para com o seu marido e um marido para com a sua esposa. Os pais necessitam ser pacientes para com os seus filhos e os filhos precisam de ser pacientes para com os seus pais. Os irmãos têm que ser pacientes uns com os outros. Os padres precisam de ser pacientes para com os seus fiéis e os fiéis para com os seus padres. Os professores necessitam de ser pacientes para com os seus estudantes e os estudantes para com os seus professores. Os superiores precisam de ter paciência para com os seus subordinados e os subordinados para com os seus superiores. Colegas de trabalho, conhecidos, amigos, têm que ter paciência uns com os outros. E assim deve ser com tudo o resto…

Para além disso, também temos que ser pacientes para com circunstâncias adversas, tais como, quando o tempo está desagradável ou as “coisas” não correm da maneira que desejávamos.

“A paciência ajuda-nos a lidar com frustrações, desilusões, contradições, privações, doença, dificuldades, etc. (tudo coisas que causam sofrimento), sem perder a serenidade, sem nos irritarmos ou desanimarmos. Ajuda-nos a não nos aborrecermos com incidentes corriqueiros, mesmo que desagradáveis, no nosso dia-a-dia, e com isso não perdermos a nossa paz de alma” (Pe. Paul A Duffner, OP).

Mas, e o que fazer com o sofrimento? Oferecê-lo a Deus do mesmo modo que Jesus ofereceu os Seus sofrimentos ao Pai. Dessa forma não suportamos a dor, antes “santificamos a dor” (São Josemaría).

E isso significa que temos de ser meramente passivos em face das injustiças? De jeito nenhum! Cobardia não é paciência. Quando uma situação prejudica os outros, o bem comum, e especialmente a Honra de Deus, devemos actuar com decisão (com um máximo possível de caridade) para corrigir o que está errado.

Quando Jesus viu como o Templo se tinha transformado num mercado mundano, Ele expulsou os cambistas e os vendedores (Cf. Mateus 21:12-13).

Temos que aprender a ser pacientes também com nós próprios. “Ter paciência com todas as coisas, mas principalmente connosco. Não perder a coragem de rever os nossos próprios defeitos, e imediatamente tentar corrigi-los – cada dia começa com uma tarefa renovada” (São Francisco de Sales).

Pe. José Mario Mandía

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