FUNDAÇÃO AIS DENUNCIA EXECUÇÃO DE CRISTÃOS
A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) denunciou, na passada segunda-feira, a “execução” de cristãos no Burquina Faso, por grupos jihadistas.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o secretariado português da AIS indica que catorze pessoas morreram durante uma cerimónia religiosa que estava a decorrer no Domingo, numa igreja protestante no leste do país africano.
A AIS refere que, nos últimos tempos, tem aumentado a violência contra as comunidades cristãs no Burquina Faso.
Em Novembro, o Papa alertou no Vaticano para a violência nesta nação, apelando ao diálogo entre autoridades civis e religiosas. «Dirijo um pensamento especial à querida nação do Burquina Faso, que há algum tempo é provada pela violência recorrente e onde recentemente um atentado custou a vida de quase cem pessoas», disse.
A 6 de Novembro um ataque atingiu uma coluna de veículos civis e militares que transportava trabalhadores da empresa mineira canadiana Semafo, considerado o mais grave dos recentes actos violentos de extremistas islâmicos no Burquina Faso.
«Confio ao Senhor todas as vítimas, feridos, numerosos deslocados e aqueles que sofrem com essas tragédias. Apelo à protecção dos mais vulneráveis; e incentivo as autoridades civis e religiosas e todos aqueles que são motivados pela boa vontade a multiplicar os seus esforços, no espírito do Documento de Abu Dhabi sobre Fraternidade Humana, para promover o diálogo inter-religioso e a concórdia», pediu Francisco.
O cardeal D. Philippe Nakellentuba Ouédraogo, bispo de Ouagadougou, declarou ao portal “Vatican News” que o País não pode “ceder a esta dinâmica, ao caos étnico e religioso”.
Segundo os responsáveis cristãos no Burquina Faso, os ataques que “antes tinham como objectivo o exército e as instituições estatais” assumem, cada vez mais, um “carácter religioso e sectário, causando vítimas entre a população civil”.
Uma das dioceses católicas mais atingidas é a de Kaya, no Centro-Norte, cujas aldeias foram atacadas várias vezes, causando vítimas e destruição material; a norte, os cristãos fugiram em massa da diocese de Ouahigouya, depois do ultimato dos terroristas à população.
In ECCLESIA