Bullying

É bom prevenir!

Bullying é um anglicismo utilizado para descrever actos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos, causando dor, angústia e visando destruir a auto-estima da vítima, que se vê coagida a enfrentar as humilhações diante de todos os colegas.

A existência e a banalização do bullying poderá ser originada pela falta de apoio no ambiente familiar e gerada a partir da deficiente formação da personalidade, pois os valores familiares são os alicerces para se prever se uma determinada criança poderá ser ou não afectada por este tipo de comportamento ou se poderá vir a agir de forma discriminatória. O seu diagnóstico pode ser elaborado partindo do princípio de que se a sociedade perdeu os seus limites morais, o que poderia ser uma brincadeira, transformou-se numa pura maldade.

Pais com excesso de trabalho e reduzido tempo disponível para os filhos, desagregamento familiar com consequente reflexo afectivo e educacional e ausência de inter-ajuda entre gerações, permitiu um abandono e isolamento, diminuindo as defesas e a protecção necessárias e indispensáveis para fazer frente a eventuais agressões, que sempre incidem sobre os mais frágeis, tímidos, inseguros e indefesos.

Permanentemente na sociedade acontecem situações dramáticas que se projectam na mente de todos nós, deixando marcas pouco saudáveis: violência doméstica, episódios de forte cariz patológico e acentuada gravidade social e psicológica, que se banalizam à força de repetidas e mal assimiladas explosões mediáticas.

Nunca se discutiu tanto valores humanos como hoje, mas a sua implementação passa pela educação, como instância primeira, fundamental e condição necessária para desabrochar o respeito, a solidariedade, a ética e a consequente acção moral.

Também a escola não deve ser apenas uma fonte de saber, mas um lugar adequado para dar continuidade à formação dos valores, uma necessidade universal que prepara para o exercício da cidadania e da sua projecção no mundo do trabalho. O papel da escola vai além de ministrar conhecimento científico e tecnológico, deve abranger a formação humana, valorizando posturas que contribuam de facto para a mudança da sociedade numa perspectiva mais ampla que se projecte no bem-estar de todos.

Neste contexto, o professor deverá ser formador de cidadãos e não só de alunos. Para isso é urgente criar nos estabelecimentos de ensino – escolas e universidades – ambientes ricos de valores humanos para dar continuidade e facilitar ao máximo a absorção de normas de bons comportamentos e de princípios morais de sã convivência, respeito, tolerância, simpatia, solidariedade. E, finalmente, espera-se que os estudantes, pais e professores se possam orgulhar da sua conduta e não somente das suas notas, colaborando assim na construção de um mundo melhor.

SUSANA MEXIA 

Professora

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