Francisco lembrou cheias em Espanha, guerras e Jubileu 2025
O Papa evocou as vítimas das cheias em Espanha, tendo rezado diante de uma imagem de Nossa Senhora dos Desamparados, padroeira de Valência, durante a audiência semanal das quartas-feiras. «Hoje, de modo especial, rezamos por Valência e outras zonas de Espanha, que sofrem por causa das cheias», disse aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Francisco explicou que quis colocar junto de si uma pequena imagem de Nossa Senhora dos Desamparados, padroeira de Valência, que «sofre tanto».
Já no final da audiência, ao despedir-se dos presentes, o Papa convidou todos a rezar uma Avé Maria pelas vítimas das inundações da última semana, na Comunidade Valenciana, que provocaram centenas de mortos e desaparecidos, além de elevados danos materiais.
Francisco convidou ainda a rezar pela paz, recordando «a martirizada Ucrânia», Israel e Gaza. Neste âmbito, lembrou a morte de 153 civis, só em território palestino, mostrando-se «muito triste» perante tal acto de violência.
A reflexão semanal foi dedicada à oração. O Santo Padre convidou os católicos a «não rezar como papagaios», mas com «o coração»: «É preciso rezar sempre com liberdade. Não devo rezar “isto, isto, isto, porque prometi isto, isto, senão vou para o inferno”. Isso não é oração. A oração é livre».
O Papa destacou que os católicos rezam a um «pai», através da intercessão do Espírito Santo, por si e pelos outros. «Neste tempo de preparação para o Jubileu, aprendamos a deixar-nos guiar pelo Espírito Santo, para que Ele nos inspire a sermos verdadeiros missionários da Esperança junto dos nossos irmãos e irmãs», apontou, acrescentando: «A oração multiplica-se quando é recíproca. Oremos uns pelos outros e também por aqueles que não concordam connosco. Que o Espírito da harmonia e da concórdia vos guarde sempre».
BISPO DE NÁPOLES INTREGRA NOVOS CARDEAIS
O Papa Francisco incluiu o arcebispo de Nápoles, D. Domenico Battaglia, à lista de novos cardeais que vão receber o barrete cardinalício no Consistório de 7 de Dezembro.
Com a nomeação, na passada terça-feira, do arcebispo de origem calabresa, que está frente da arquidiocese de Nápoles desde 2020, são já 21 os futuros novos cardeais, anunciou um comunicado da Santa Sé.
«Sinto como meu dever, também neste novo encargo, levar comigo as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, especialmente dos pobres e de todos os que sofrem no nosso Sul e em todos os “sul” do mundo, “sul” existenciais e não apenas geográficos!», disse D. Battaglia.
Nascido na Calábria, natural de Satriano, o prelado tem 61 anos de idade. Antes da arquidiocese napolitana, foi bispo da diocese de Cerreto Sannita-Telese-Sant’Agata de’ Goti, na província de Benevento.
O número de cardeais eleitos volta ao número original, anunciado no fim do Ângelus de 6 de Outubro, após a renúncia do bispo indonésio de Bogor, D. Paskalis Bruno Syukur, a 22 de Outubro.
O Consistório para a criação de novos cardeais incluirá vinte futuros eleitores, num eventual Conclave, mais o antigo núncio apostólico D. Angelo Acerbi, com 99 anos de idade.
Este será o décimo Consistório do actual Pontificado, após os realizados a 22 de Fevereiro de 2014, 14 de Fevereiro de 2015, 19 de Novembro de 2016, 28 de Junho de 2017, 28 de Junho de 2018, 5 de Outubro de 2019, 28 de Novembro de 2020, 27 de Agosto de 2022 e 30 de Setembro de 2023.
O Colégio Cardinalício tem actualmente 233 membros (121 eleitores e 112 com mais de oitenta anos de idade), incluindo D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa; D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima; D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação; e D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, todos criados pelo Papa Francisco.
Aos quatro eleitores num eventual Conclave somam-se D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, criado cardeal por Bento XVI; e D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, criado cardeal por São João Paulo II, ambos com mais de oitenta anos.
A partir de 8 de Dezembro, 110 dos futuros eleitores num eventual Conclave terão sido escolhidos pelo Papa Francisco, 24 por Bento XVI e seis por São João Paulo II.
Desde 2013, quando os cardeais eleitores da Europa representavam 56 por cento do total, Francisco tem vindo a alargar as fronteiras das suas escolhas, com uma mudança mais visível no peso específico de África, Ásia e Oceânia – 22 cardeais eleitores na soma destes três continentes.
Assim, a partir do próximo Consistório, a Europa passa a representar cerca de quarenta por cento do total, com 58 eleitores (alguns dos quais com responsabilidades eclesiais noutros continentes), a América com 38, a Ásia com 23, África com dezassete e a Oceânia com três.
In ECCLESIA